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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 2 - Rio Araguaia

Modalidade

1

Temática

Estado

Ceará

Cidade

Itapipoca

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DOS PROTOCOLOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO MUNICÍPIO DE ITAPIPOCA

Apresentação/Introdução:

O município de Itapipoca dista, aproximadamente, 136 km da capital do estado do Ceará e, de acordo com o IBGE (2021), possui uma população estimada de 131 mil habitantes. Atualmente, conta com um quantitativo de 43 Unidades Básicas de Saúde (UBS), distribuídas nas sedes urbana e rural, dentre elas uma Equipe Multiprofissional de Saúde Indígena. Dentre as problemáticas encontradas no município, percebeu-se um desencontro de informações entre a Vigilância Epidemiológica e as Unidades de Saúde que compõem a Rede de Atenção à Saúde de Itapipoca, que prejudicava as notificações de doenças e agravos em tempo adequado o início do tratamento e de medidas de controle em momento oportuno e o uso inadequado das fichas de notificação, além do preenchimento incorreto e/ou incompleto. Percebeu-se também que alguns profissionais desconheciam o fluxo de atendimento para alguns agravos e a disponibilidade de exames diagnósticos, além de algumas condutas que não condiziam com atualizações do Ministério da Saúde. Diante do exposto, fez-se necessário a construção de protocolos que possibilitassem o alinhamento das condutas assistenciais às doenças e aos agravos notificáveis da Vigilância Epidemiológica, visando, portanto, a organização e a padronização dos atendimentos a esses pacientes, já que um protocolo é uma descrição minuciosa de uma linha de cuidados específicos, com detalhamentos operacionais do saber fazer.

Objetivos

Construir e validar, de forma participativa, os fluxos e protocolos assistenciais da Vigilância Epidemiológica do município de Itapipoca-Ceará.

Metodologia

Para construção dos protocolos realizou-se uma reunião com as coordenações da Vigilância à Saúde, da Vigilância Epidemiológica, do Laboratório Municipal, do Núcleo de Educação Permanente e a Secretária de Saúde. Nesta foi exposto a necessidade da elaboração de um documento que orientasse as Equipes de Saúde acerca das doenças e agravos passíveis de notificação e sobre os tratamentos e exames disponíveis, conforme as recomendações do Ministério da Saúde. A construção e validação deu-se em dois momentos. No primeiro momento, os protocolos foram construídos, discutidos e revisados pela equipe supracitada e, posteriormente, foram apresentados aos profissionais médicos e enfermeiros das UBS, dando oportunidade aos mesmos opinarem e sugerirem alterações que contribuíssem com uma melhor assistência aos usuários e uma melhor organização no atendimento. Além disso, foi uma oportunidade de atualização quanto ao manejo clínico das doenças abordadas. Nesse segundo momento foi a etapa de validação, no qual também foram convidados para participar de uma oficina representantes da Vigilância Epidemiológica da 6º Área Adscrita de Saúde, da Assistência Farmacêutica municipal, da Unidade de Pronto Atendimento e do hospital de referência. Após leitura, discussão e alterações sugeridas pelos profissionais presentes, todo o documento apresentado foi validado e, em seguida, aprovado por meio de Portaria.

Resultados

Todo o processo descrito resultou na elaboração de oito fluxos e protocolos das seguintes doenças e agravos: Atendimento Antirrábico Chikungunya Dengue Hanseníase Leishmaniose Tegumentar Americana Leishmaniose Visceral Sífilis em Gestante e Tuberculose. A escolha destes deu-se pela prevalência no município. Os protocolos padronizaram as condutas preconizadas desde a suspeita até o tratamento. Além disso, trouxeram orientações acerca dos exames laboratoriais disponíveis na rede SUS municipal. Destaca-se que foi estimulada a participação dos profissionais de saúde que estavam inseridos na assistência na etapa de validação dos protocolos, para que as orientações contidas nesse documento norteador tivessem condições de serem usadas na prática clínica cotidiana das equipes de saúde. Percebeu-se que houve o alcance do objetivo proposto, pois contemplou-se as etapas de construção e de validação dos protocolos de forma participativa, com a participação dos profissionais de saúde assistenciais do município. O desenvolvimento do documento seguiu uma rigidez na pesquisa, sempre fazendo um paralelo entre artigos científicos atualizados e os manuais do Ministério da Saúde, finalizando em uma síntese coerente entre a teoria e a prática vivenciada pelas equipes. Após correção e inclusão de informações necessárias, as equipes tiveram acesso ao arquivo digital desse material através de um código QrCODE, disponibilizado na própria oficina de validação dos protocolos.

Conclusoes

Avaliou-se como exitosa a experiência do presente trabalho, pois observou-se melhoria nas notificações, assim como na assistência aos pacientes após a atualização e disponibilização dos fluxos e protocolos da Vigilância Epidemiológica. Falhas transformaram-se em acertos e os problemas que antes eram frequentes, tais como: fichas de notificações incompletas, tratamentos equivocados e/ou ultrapassados, desconhecimento de exames diagnósticos disponíveis na rede SUS municipal, obtiveram uma melhora significativa. Tudo isso foi inegavelmente benéfico para os usuários, pois conquistou-se uma melhor organização e disponibilização de serviços mais adequada e esclarecida para cada situação, contribuindo para que em todo o município, dentro da realidade de cada localidade ou bairro, o SUS possa ser visto seguindo suas diretrizes da universalidade e equidade. Após o término de todo o processo, percebeu-se a necessidade de expandir a mesma ideia para as demais áreas que compõem a Secretaria de Saúde de Itapipoca, como, por exemplo, a Atenção Primária à Saúde, na qual os supervisores de outras linhas de cuidado já encontram-se empenhados na formulação de seus respectivos protocolos.