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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 4 - Águas Quentes

Modalidade

1

Temática

Estado

Bahia

Cidade

Itapetinga

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE CLÍNICA FARMACÊUTICA EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL.

Apresentação/Introdução:

A questão que motivou a iniciativa de implantação do serviço de clínica farmacêutica no CAPS II, no município de Itapetinga no ano de 2019, se deu pela importância e necessidade da inserção do profissional farmacêutico como parte integrante da equipe assistencial, principalmente por se tratar de pacientes que por diversos motivos da própria patologia, atrelados ao grande número de reações adversas e interações medicamentosas dos medicamentos para os transtornos psiquiátricos e neurológicos, decorrendo em uma baixa adesão aos tratamentos farmacoterapêuticos prescritos, incluindo abandono do tratamento, uso de medicamentos não prescritos, aumento e/ou diminuição das doses prescritas por conta própria, além de outras comorbidades não tratadas. O serviço de Clínica Farmacêutica consiste no acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes, através de consultas farmacêuticas, onde o profissional farmacêutico clínico, realiza a anamnese farmacêutica com foco na identificação de Resultados Negativos ao uso dos Medicamentos decorrente de problemas relacionados aos medicamentos, visando a otimização da farmacoterapia prescrita e minimizando os riscos e trabalhando sempre em conjunto com a equipe multiprofissional. A atuação do profissional farmacêutico durante o acompanhamento dos pacientes ocorre através de intervenções farmacêuticas, que vai desde medidas não farmacológicas até encaminhamento médico, através do parecer farmacêutico, com as sugestões de alteração da farmacoterapia.

Objetivos

Aprimorar a qualidade do atendimento assistencial dos pacientes assistidos pelo CAPS, ampliando o atendimento multiprofissional, com a inserção do profissional farmacêutico através do serviço de clínica farmacêutica com ênfase no acompanhamento farmacoterapêutico visando a otimização da farmacoterapia prescrita, favorecendo à adesão ao tratamento através do uso racional dos medicamentos, e desta forma melhorar a resolutividade das intervenções clínicas através de uma maior racionalidade da terapêutica medicamentosa.

Metodologia

O projeto de implantação do serviço de Clínica Farmacêutica no serviço de farmácia do CAPS iniciou com a apresentação da proposta com uma explanação do que seria o serviço, para as coordenações do CAPS, Saúde Mental, Assistência Farmacêutica e Secretário de Saúde, sendo aprovada por todos. Aos envolvidos foram descritos os recursos necessários para o desenvolvimento do mesmo, entre eles: os recursos humanos (contratação de mais um profissional farmacêutico e/ou atendente de farmácia), alguns poucos mobiliários e materiais de escritório, além dos equipamentos mínimos necessários (Tensiômetro , balança, fita antropométrica, estadiômetro e glicosímetro), além do apoio institucional à execução do projeto. Todos os POPs do serviço de farmácia, foram revisados, bem como a reestruturação e adequação de toda a rotina interna do serviço, para redefinir o fluxo de atendimento, para que o turno da tarde ficasse exclusivo para os atendimentos do serviço de Clínica Farmacêutica, através das consultas farmacêuticas. Definiu-se como metodologia utilizada para o acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes, a metodologia utilizada pelo Ministério da Saúde (Projeto Cuidado Farmacêutico), que se baseou na metodologia Dader adaptada. Uma proposta de fluxo foi apresentada para a coordenação e os demais técnicos do serviço, e posteriormente, aos usuários sobre os objetivos do serviço, normas e fluxos para o acesso, e definição da data para abertura da agenda para a marcação dos atendimentos.

Resultados

O serviço de farmácia do CAPS II realizou, no período entre março e novembro de 2019, 74 consultas farmacêuticas sendo 30 primeiras consultas, 25 de retorno e 19 sucessivas. Dos pacientes atendidos 66,33% (n=20) são do sexo feminino e 33,33% (n=10) do sexo masculino, 3,3% (n=1) faixa etária entre 18 e 30 anos, 26,6% (n=8) entre 31 e 40 anos, 46,6% (n=14) entre 41 e 50 anos e 23,3% (n=7) entre 51 e 60 anos, 90% (n=27) não praticam atividade física e 83,3% (n=25) apresentam alto grau de risco cardiovascular, e 73,3% (n=22) estavam acima do peso. Durante o a avaliação e acompanhamento, foram identificados 82 Resultados Negativos a Medicação - RNM, sendo destes, 60,97% (n=50) manifestados e 39,03% (n=32) com risco potencial, foram identificados 78 problemas relacionados aos medicamentos - PRM, uma média de 2,6 PRMs por paciente. A maioria dos problemas foi de reação adversa 21,79% (n=17), interação medicamentosa 19,23% (n=15), falha de adesão terapêutica e 12,82% (n=10) uso por tempo prolongado 1,53% (n=9). Foram realizadas 82 intervenções farmacêuticas, destas 29,26%(n=24) foram encaminhamentos médico, sendo 37,5% (n=9) com sugestão de alteração da farmacoterapia, e 20,8% (n=5) foram solicitando reavaliação clínica, inclusive para avaliar o diagnóstico de hipertensão e reavaliar tratamento de diabetes, sugerindo ajuste de dose foram 16,6% (n=4) e 16,6% (n=4) por interação medicamentosa, e os outros 2, 8,3% eram pacientes sem prescrição médica e com diagnóstico médico fechado.

Conclusoes

A prática profissional da Clínica Farmacêutica, através do acompanhamento farmacoterapêutico contribui de forma significativa para promoção do uso racional de medicamentos melhorando a adesão da terapêutica medicamentosa necessária, efetiva e segura, principalmente através da prevenção, identificação, e resolução de problemas relacionados ao uso dos medicamentos, que leva a manifestação de problemas clínicos ou ao risco potencial de manifestação, o que compromete a sucesso da farmacoterapia, bem como influencia diretamente na adesão ao tratamento, por conta especialmente, das reações adversas potencializadas muitas vezes por interações medicamentosas clinicamente relevantes e tão comuns aos psicotrópicos. Outros fatores observados e não menos importantes foram a maior integração do profissional farmacêutico com a equipe multiprofissional, bem reforçar a importância das discussões dos casos clínicos, principalmente com a presença do profissional médico. A experiência mostrou ser plenamente viável a implantação do serviço de Clínica Farmacêutica na atenção à saúde mental. Assim serve não só como fator motivador e de confiança, mas também, como norteador para encorajamento de outros profissionais farmacêuticos inseridos nos CAPS.

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