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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 2 - Rio Araguaia

Modalidade

1

Temática

1

Estado

Maranhão

Cidade

São José de Ribamar

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

AMPLIAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO ACOMPANHAMENTO ÀS GESTANTES NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DE RIBAMAR

Apresentação/Introdução:

Durante o movimento de definição da Linha de Cuidado Materno-Infantil no município, em 2020 e 2021, identificou-se fragilidades que comprometiam a integralidade da atenção à saúde materno-infantil. No entanto, no mesmo processo identificou-se algumas fortalezas ainda não exploradas. Um exemplo é que a Maternidade Municipal de São José de Ribamar (MSJR) tinha um importante potencial para o atendimento à gestante com algum risco. A partir disto, refletiu-se sobre a possibilidade de estruturação do Pré-Natal Especializado (PNE) no município, sem necessidade de encaminhamento das gestantes para outro município. Na época, as gestantes de risco eram encaminhadas para a Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MAC/MA), referência no PNE na região de saúde. Outro problema identificado foi que a diretriz utilizada para a estratificação de risco das gestantes na APS (Ministério da Saúde) era diferente da utilizada na maternidade (Secretaria Estadual de Saúde), ou seja, as diretrizes utilizadas para o mesmo fim não dialogavam entre os serviços. A estratificação de risco é uma ação importante e deve ser realizada em todas as consultas de pré-natal, não apenas na primeira, a fim de identificar riscos e implementar intervenções em tempo hábil, garantindo a proteção da saúde materna e fetal. Portanto, ter uma referência clara e bem definida é fundamental para qualificar a tomada de decisão dos profissionais, bem como o funcionamento efetivo do fluxo das gestantes na linha de cuidado.

Objetivos

Descrever a experiência no processo de ampliação do cuidado às gestantes com a estruturação do Pré-Natal Especializado no município de São José de Ribamar, Maranhão.

Metodologia

Para a implantação da assistência pré-natal especializada no município, a primeira etapa foi a identificação de ações e serviços já disponíveis na maternidade municipal, bem como os que deveriam ser organizados para acolhimento e acompanhamento especializado das mulheres de maior risco, em conjunto com a Atenção Primária à Saúde (APS). Foram disponibilizados consultórios para as avaliações e consultas obstétricas no PNE, 02 médicos obstétricas passaram a atender exclusivamente neste serviço e 01 pediatra para o cuidado aos recém-nascidos. Em seguida, o próximo passo foi definir diretriz única para a estratificação de risco das gestantes que realizam pré-natal no município. Portanto, independente da gestante estar realizando a consulta na APS ou em outro serviço, a forma de estratificar o risco passou a ser a mesma. Outro passo foi a definição do fluxo de referência a partir da identificação do risco pela equipe da APS e a contra-referência MSJR-APS, qualificando o compartilhamento do cuidado. Incorporaram-se ao fluxo um instrumento de referência e outro de contra-referência, com informações importantes às equipes envolvidas. Por fim, capacitou-se os profissionais, incluindo-os no monitoramento de todo o processo, no intuito de que forneçam informações para ajustes no fluxo das gestantes na linha de cuidado sempre que necessário.

Resultados

O início dos atendimentos foi em dezembro de 2022, com 63 gestantes com o pré-natal especializado e compartilhado com a APS naquele mês. Para a estratificação de risco das gestantes adotou-se recomendação do Ministério da Saúde, que classifica o risco como baixo, intermediário ou alto. Ajustou-se o fluxo das gestantes classificadas como risco intermediário, direcionando-as para a MSJR, em vez de encaminhá-las a outro município. Assim, a partir da identificação de risco intermediário, esta é encaminhada para a MSJR. Ao ser acolhida e avaliada por enfermeiro(a) e médico(a) obstetra na maternidade, a gestante é novamente estratificada, considerando também as informações enviadas pela APS na ficha de referência. Confirmado o risco intermediário, a gestante tem retorno agendado na MSJR. Independente da classificação recebida, a equipe da maternidade encaminha a ficha de contra-referência com as informações da gestante e seu parecer em relação o risco. Esse instrumento completará as informações já levantadas pela APS e norteará a continuidade do cuidado que poderá ser apenas na APS (se baixo risco), compartilhado com a MSJR (intermediário) ou compartilhado com a Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MAC/MA), que é a referência às gestantes de alto risco. Semanalmente são realizadas até 60 atendimentos no PNE. Também foi incluída a consulta em pediatria, complementando a avaliação realizada após o nascimento. Foram 170 consultas pediátricas em dezembro de 2022.

Conclusoes

O movimento de reflexão crítica sobre a linha de cuidado materno-infantil despertou diversas possibilidades para a qualificação do cuidado às gestantes no município. Apesar de ter vários serviços disponíveis para esse público, nem todos dialogavam entre si e o direcionamento das mulheres poderia ser melhorado. Importante destacar que a muitas das decisões, como a definição da referência para a estratificação de risco e a inclusão dos instrumentos para a referência e contra-referência, não demandaram recursos financeiros para a sua implementação. Sobretudo, o diálogo entre diferentes níveis de atenção e diversos olhares durante o processo contribuiu para o entendimento da realidade, identificação de potências e fragilidades, bem como a implementação de mudanças efetivas para a qualificação do cuidado das gestantes.

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