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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

Apresentação/Introdução:

O presente relato se trata de uma experiência que ocorreu em um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSij) de Viamão/RS, nos meses de janeiro e fevereiro de 2023, com os usuários ativos do serviço, entre crianças e adolescentes. Neste período, os grupos e oficinas que já eram ofertados no CAPS se inseriram em uma programação diferenciada, para atender uma especificidade do período de férias escolares, pois com isso as crianças e adolescente acabam tendo suas rotinas alteradas, impactando, diretamente, a continuidade do seu tratamento. A implementação de oficinas terapêuticas no CAPSij é um recurso significativo de tratamento para incentivar a capacidade de integração, ressocialização e convivência em grupo. As oficinas terapêuticas são dispositivos valiosos, possibilitando a realização de diversas atividades, enfocando a subjetividade, o simbólico, as elaborações, o aprendizado, as interações, a abstração, a socialização, a criatividade e até mesmo a desconstrução do sujeito (Noronha et al., 2016). A criação de uma programação de férias foi uma ferramenta pensada com perspectiva de diminuir abandonos, estimular a adesão ao tratamento e, em segundo plano, também, incentivar o fortalecimento de vínculo entre os usuários e com os técnicos, promovendo, ainda, o pertencimento ao espaço do CAPS. No verão de 2023, realizamos a primeira edição dessa programação, como diferencial para os usuários e seus responsáveis, que têm sua rotina bastante alterada nessa época do ano.

Objetivos

Estimular a motivação, de usuários e responsáveis, para continuidade do tratamento e manutenção do vínculo ao serviço, durante o período de férias escolares, entendendo o impacto que isso tem na rotina das famílias. Ofertar estratégia terapêutica diferenciada, que despertasse interesse de participação e de frequência das crianças e adolescentes, afim de manter ou, ainda, aumentar a adesão ao tratamento. Proporcionar um espaço adequado, protegido e terapêutico para outras possibilidades de socialização, lazer e fortalecimento de vínculos com o serviço. Buscar a apropriação dos usuários e dos familiares com o ambiente do CAPS, dando novos significados e sentimento de pertencimento. Propiciar momentos de aproximação e integração dos usuários com seus familiares, auxiliando na conexão, comunicação e afeto.

Metodologia

Os grupos ofertados no CAPS, com frequência semanal, que compõem os Planos Terapêuticos Singulares (PTS) dos usuários, passaram por reformulação para período de férias de verão. Estes grupos, aos moldes de como ocorriam, foram suspensos, dando lugar à Programação de Férias: grupos de faixas etárias similares, foram unificados no mesmo turno para realização conjunta de outras atividades, que fossem de interesse dos usuários, mantendo fio condutor terapêutico e de promoção de saúde. Ofertou-se atividades como sessões de cinema no CAPS, com projetor, notebook, colchonetes, lanche especial meditação, ofertando colchonetes e música trabalhos manuais, como colagens com recortes de revistas contação de histórias, com livros, fantoches, colchonetes pinturas coletivas jogos, com participação dos familiares e responsáveis. Desenvolveram desenhos e trabalhos para exposição no encerramento da programação de férias, na “I Semana de Amostra de Artes – Aquarelou”. Houve a participação dos adolescentes no evento “AcquaCAPS”, em que trânsito da rua do serviço foi interrompido para realização da atividade, em ambiente externo, contando com quatro estações de brincadeiras com água. Preparou-se bexigas, bolinhas de sabão, baldes e pistolas d’água, feitas com garrafas pets.Os adolescentes montaram grupos, com técnicos, que estavam identificados por cores, passando pelas estações.As atividades visavam trabalhar questões e habilidades relacionais, corporais, expressivas, cognitivas e sociais.