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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 1 - Lago dos Tigres

Modalidade

1

Temática

Estado

Rio Grande do Sul

Cidade

Porto Alegre

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

PROGRAMA MELHOR EM CASA EM PORTO ALEGRE/RS: IMPACTO DA INTERAÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL COM OS NÚCLEOS

Apresentação/Introdução:

Atenção Domiciliar (AD) constitui uma nova modalidade de atenção à saúde, substitutiva ou complementar às já existentes, caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com garantia de continuidade de cuidados e integrada às redes de atenção à saúde (BRASIL, 2016). O Programa Melhor em Casa (PMeC) é uma estratégia que visa a ampliação e qualificação da Atenção Domiciliar no SUS, foi regulamentado pela Portaria MS Nº 825/ 2016. O serviço precursor da AD em Porto Alegre teve início em 2004, voltado para a desospitalização dos pacientes do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Em 2014, ocorreu a habilitação no PMeC das 4 equipes já existentes no GHC, as quais passaram a receber pacientes oriundos de outros hospitais, residentes na área de abrangência do eixo Norte. Em 2014 também foram implantadas outras duas equipes, por meio de parceria com a Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN). Ao longo de cinco anos, foram habilitadas outras 9 equipes, culminando em 2018 com o total de 15 equipes, atendendo 100% da área do município. Atualmente, estão habilitadas no GHC, 5 equipes EMAD (Equipe multiprofissional de atenção domiciliar - composta por Médico, Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Fisioterapeuta ou Assistente Social) e 1 EMAP (Equipes Multidisciplinares de Apoio - composta por Fonoaudiólogo, Nutricionista e Farmacêutico) e na AHVN, 10 EMAD e 2 EMAP com as mesmas características.

Objetivos

Demonstrar o impacto nos indicadores de desospitalização PMeC de Porto Alegre após interação ativa entre Núcleos Internos de Regulação/Escritórios de Gestão de Altas dos hospitais da rede SUS e a Secretaria Municipal da Saúde nos últimos 5 anos no município de Porto Alegre.

Metodologia

Estudo retrospectivo descritivo longitudinal. Foram analisados os Relatórios e Gestão Municipal de 2016 a 2022, sendo incluídos os principais indicadores. A inserção dos pacientes no PMeC ocorre mediante preenchimento dos dados pessoais e clínicos do paciente na plataforma Google Forms. O formulário do paciente é avaliado e regulado para o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) conforme endereço do paciente. Em seguida, a equipe entra em contato com a equipe do serviço solicitante, discute o caso e agenda visita domiciliar com a família. Para admissão no PMeC, o paciente precisa ter estabilidade clínica, diagnóstico e plano terapêutico definidos, cuidador responsável (se dependente), moradia fixa e consentir a internação domiciliar. São admitidos no programa pacientes com perfil AD2 e AD3, conforme normatiza a portaria MS 825/2016, os quais são pacientes que demandam intervenções multiprofissionais mais frequentes, minimamente 1x/semana e/ou com uso de equipamento(s) e procedimento(s) de maior complexidade (por exemplo, ventilação mecânica, paracentese de repetição, nutrição parenteral e transfusão sanguínea), usualmente demandando períodos maiores de acompanhamento domiciliar. Os pacientes com perfil AD1 são responsabilidade da APS. Vale ressaltar que um dos escopos do programa é capacitar a família a cuidar. Uma vez instrumentalizada a família nos cuidados, e desde que estável, o paciente tem alta do programa e é contra referenciado à atenção primária.

Resultados

Desde o início do programa, a coordenação municipal do PMeC fez a divulgação e sensibilização em conjunto com os hospitais, para o direcionamento de pacientes para as equipes do SAD. No ano de 2022, o PMeC atendeu uma média mensal de 607 pacientes, ou seja, em um mês, o programa foi responsável por um hospital de porte IV(acima de 300 leitos), cujos pacientes foram atendidos no conforto de seu lar, ao lado de seus familiares. A média mensal de pacientes em AD aumentou de 332 pacientes em 2016 para 607 em 2022 número de novas admissões no mesmo período aumentou de 720 para 2110. A média de pacientes egressos de hospital aumentou de 559 em 2016 para 1613 em 2022, perfazendo 78% dos encaminhamentos em 2022 a média de pacientes por equipe foi de 30,18 para 40,52 a média de tempo de permanência no programa foi reduzida de 99 dias em 2016 para 65 dias em 2022 número de óbitos em domicílio aumentou de 26 para 182 e o número de intercorrências atendidas foi de 326 em 2016 para 1961 em 2022. No ano de 2020, em parceria com o SAD AHVN, consolidou-se uma equipe responsável por pacientes em ventilação mecânica. Essa equipe realiza a desospitalização de usuários de equipamentos de ventilador mecânico (VM), propiciando que pacientes então “moradores” das UTIs pudessem ter alta para suas casas. Atualmente, esta equipe acompanha 75 pacientes usuários de VM não invasiva (Bilevel) e 33 pacientes usuários de VM invasiva propiciando a liberação de 108 leitos de alta complexidade.

Conclusoes

A aproximação entre as equipes hospitalares e coordenação do PMeC impactou em aumento do número de pacientes hospitalizados ao PMeC além de aproximação das equipes hospitalares e da atenção domiciliar, podendo gerar tempos menores de internação nas instituições tornou o programa uma referência de qualidade para altas de pessoas com perfil AD2 e AD3, de maior complexidade gerando satisfação das equipes nosocomiais para tratamentos, bem como podendo ofertar aos pacientes e seus familiares processos de transição de cuidados em rede.