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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS
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Dados do Projeto
Sala de Apresentação
Sala 7 - Serra dos Pirineus
Modalidade
1
Temática
6
Estado
Paraná
Cidade
Rio Branco do Sul
Descrição da experiência - resumo do projeto
Título Experiência:
UMA NOVA ESTRATÉGIA DE ATUAÇÃO NA PRÁTICA PARA AS EQUIPES DA ATENÇÃO BÁSICA
Apresentação/Introdução:
Cada território tem as suas particularidades e os profissionais de saúde da atenção primária à saúde (APS) devem se apropriar dessas características e dialogar com os diversos atores para que tenham poder de atuação sobre a realidade da área de abrangência da unidade onde atuam. Conhecer o território em que a APS atua constitui-se em um elemento importante para a criação de estratégias que visem à melhoria dos serviços de saúde em que vivem a população. Para que a identificação do território seja eficiente torna-se necessário criar e explorar ferramentas que auxiliem nesse processo, posto que é comum alguns municípios desconhecerem as particularidades territoriais. Isto pode ocorrer pela falta de processos de trabalhos e/ou ações estratégicas para o reconhecimento do território, baixo número de profissionais ou, ainda, falta de capacitações da equipe para acolhimento e cadastramento correto dos pacientes nos sistemas de informação/prontuários/sistemas de saúde. Estas situações foram vivenciadas pelo município de Rio Branco do Sul que, em 2021, possuía baixa cobertura territorial da APS e as equipes não possuíam dados fidedignos referentes às condições de saúde e vulnerabilidade da população adscrita. Isto levou a gestão municipal realizar a presente ação estratégica visando qualificar a prática multiprofissional da equipe da atenção primária a saúde, visto que os indicadores de saúde, especialmente do previne Brasil, mostravam-se insatisfatórios.
Objetivos
Descrever o Processo de Trabalho estratégico e inovador que envolveu as equipes de atenção primária à saúde e possibilitou a qualificação da assistência à saúde no município de Rio Branco do Sul.
Metodologia
A ação ocorreu em Rio Branco do Sul/PR, cuja população é de aprox. 32.397 hab. e a maior extensão territorial é rural. A rede municipal possui 8 UBS (sendo 3 rurais) e 2 equipes itinerantes. A presente ação envolveu todos os profissionais da APS e gestores, com a padronização do seguinte processo de trabalho inovador: Para facilitar a comunicação e padronizar as coletas em toda extensão geográfica, inclusive nas áreas remotas do município, as equipes de APS tiveram a designação de um preceptor e um tutor para a orientação e acompanhamento dos trabalhos. Os preceptores eram profissionais da gestão que tinham a função de realizar encontros formais para orientar e acompanhar o progresso das atividades desenvolvidas pelas respectivas equipes. Os tutores, pontos focais da equipe e dos preceptores, eram os enfermeiros dos equipamentos de saúde e tinham o papel de interpretar e direcionar a execução das atividades práticas de levantamento e mapeamento das microáreas. Concomitantemente, foram realizadas capacitações às equipes para utilização dos sistemas e sensibilização sobre a necessidade de vinculação correta dos munícipes. Houve, ainda, a customização de uma ficha de visita para compor um banco de dados consistente sobre as comorbidades e vulnerabilidades de cada microárea. Após a coleta de dados, cada equipe construiu os mapas territoriais e inteligentes e realizaram a apresentação para uma banca avaliadora composta por três profissionais experientes.
Resultados
A presente proposta mostrou, de imediato, a necessidade de aumentar os recursos humanos na APS. Foi detectado que algumas áreas estavam descobertas pelas equipes há anos por falta de agentes comunitários de saúde (ACS). O quadro de ACS era de 19 profissionais e aumentou para 53. Havia um agente de combate a endemias (ACE) para atender todo o município e ampliou-se para 5 profissionais, possibilitando articulação destes com as equipes de APS. Foi possível redividir as microáreas de forma organizada o que permitiu ampliar a cobertura da APS (de 45% [2022] para 90% [2023]). Destaca-se que o percentual de cobertura tem previsão de aumentar, posto que o processo de trabalho foi estabelecido e permanece em constante atualização. A ação permitiu elaborar bancos de dados fidedignos em relação às condições socioepidemiológicos de cada região o que permite ao gestor propor ações pontuais com base nas necessidades. Ademais, com a realização do cadastramento correto aumentou a capitação ponderada do Previne Brasil, a qual no início de 2022 era de R$ 29.346,00 e, após o processo de trabalho, passou para R$ 127.047,00 (incremento de quase 145%). Isto denota o quanto a ação foi importante tanto para qualificar a assistência como para uma gestão eficiente. Houve ainda fortalecimento do vínculo pois as equipes conhecem as particularidades do território e buscam realizar ações voltadas as necessidades locorregionais.
Conclusoes
Foi possível desenvolver um novo processo de trabalho que envolveu todas as equipes da APS para levantar informações pormenorizadas de suas respetivas áreas, inclusive nas regiões mais remotas do município. O processo de trabalho permitiu, ainda, redefinir estrategicamente as microáreas, aumentar a cobertura da equipe da APS e, qualificar a assistência e aumentar o fortalecimento do vínculo. Houve, ainda o aumento da capitação ponderada do Programa Previne Brasil, o que mostra que a ação foi imprescindível tanto para melhoria da assistência como para a gestão em saúde, que poderá programar ações direcionadas com base nas informações as quais, historicamente, as ações eram realizadas sem critérios técnicos no município. Importante ressaltar que a inovação foi o processo de trabalho envolvendo toda a equipe e organização do trabalho com tutores e preceptores, que permitiu uma vinculação entre os profissionais atuantes na gestão com as respetivas equipes. Destaca-se que o processo de trabalho tem aplicabilidade em outros municípios, especialmente àqueles com baixos escores nos indicadores de saúde.
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