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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 3 - Serra Dourada

Modalidade

1

Temática

1

Estado

Pará

Cidade

Altamira

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

EDUCAÇÃO PERMANENTE: TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHER E O IMPACTO DO MACHISMO NAS MASCULINIDADES.

Apresentação/Introdução:

O dia internacional da mulher é marcado de simbolismo e atravessado por diversas questões, como a violência, desigualdade de gênero, feminicídio, etc. Apesar desse cenário, são constantes as tentativas de criar estratégias que visem à melhoria do cenário e busquem viabilizar um território mais saudável e seguro para as mulheres. No município de Vitória do Xingu está localizado o Centro de Recuperação Masculino de Vitória do Xingu (CRMVX) que atende a demanda de municípios que compreendem a 10º região de saúde, o que acarreta na responsabilidade compartilhada com o município de Altamira nos cuidados prestados as pessoas privadas de liberdade (PPL), visando o trabalho intersetorial, o Núcleo de Educação Permanente da Secretária Municipal de Saúde (SESMA), realizou um grupo operativo com a temática: Tipos de violência contra mulher e o impacto do machismo nas masculinidades. O grupo ocorreu no dia 08 de março no CRMVX, foi realizado em conjunto com a equipe de saúde da Unidade Penal, contou o psicólogo técnico da unidade e da assistente social, representando a secretária de saúde municipal de Altamira, esteve presente a psicóloga do Núcleo de Educação Permanente e de uma estagiária de psicologia da Faculdade Serra Dourada de Altamira. O grupo operativo teve o público alvo: 25 PPL, todos estavam privados de liberdade devido a crontavenções de natureza relacionada à violência contra mulher e relacionados a lei Maria da Penha.

Objetivos

OBJETIVOS: Objetivo Geral: Realizar momento reflexivo para trazer a consciência os processos culturais e sociais que mantêm o perfil machista e gera o ciclo vicioso da violência. Objetivos Específicos: • Executar grupo operativo para tomada de consciência • Promover espaço de conhecimento e troca de saberes • Estimular o protagonismo e responsabilidade

Metodologia

O grupo operativo foi a técnica usada para realizar a intervenção, Bastos (2010, p.161) “defende a ideia de que aprendizagem é sinônimo de mudança, na medida em que deve haver uma relação dialética entre sujeito e objeto e não uma visão unilateral, estereotipada e cristalizada”. Assim, abri espaços de troca de saberes, possibilita a mudança significativa na vida dos envolvidos, além disso, somos seres sociais e técnicas que envolvem o coletivo podem ajudar ainda a desenvolver habilidades sociais. A lei de execução penal dispõe em seu "art. 3º ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei", posto isto, a saúde é garantida constitucionalmente no artigo 196, tendo a saúde como um direito e dever do Estado. O conceito de saúde atualmente está para além da ausência de doenças e ainda pode ser pensando a partir das teorias de determinantes sociais de saúde, que propõe que a saúde pode ser determinada por um conjunto de ações, acontecimentos, fatos e situações. Diante do exposto, ações que promovam a autonomia da pessoa são essenciais, visto que o sujeito deve ser ativo no seu processo de saúde ou adoecimento. Além disso, a atividade integra o processo de ensino em serviço, já que a estagiária de psicologia pode vivenciar na prática a atividade.

Resultados

A ação teve como resultados: o envolvimento dos PPL nas rodas de conversa trouxe interesse e participação ativa nas discussões envolvendo-os nos seguintes assunto, tipos de violência, forma de identificar e o impacto dos preconceitos frente diversidade de gênero. O espaço promoveu dialogo, permitindo a sensibilização e autorreconhecimento dos atos realizados contra a/as parceira/as. Além disso, estimulou espaço de criação de estratégias para autorregulação em momento de estresse elevado. A partir desse movimento alguns PPL relataram através de seus depoimentos as seguintes expressões: - "...A gente fica esperando até tarde ela em casa, quando ela demora a chegar o cara já tá injuriado..." (PPL 1). -"... mas não é só a gente que se estressa, às vezes ela me bate e eu acabo revidando..." (PPL 2) -"... Mas e se ela achar alguém nessas voltas e nessas conversas na internet..." (PPL 3) -"... depois que nego cai aqui, não tem um que não chore, ele vira a cara para parede e a gente já sabe o que é..." (PPL 4) -"...todo mundo aqui tem uma mulher importante na sua vida para gente esses momentos são importantes, até para gente ter essa luz sobre o que a é violência..."(PPL 5) A partir das falas acima se entende que a violência encontra-se em ambas as vivências dos envolvidos, já que nas falas é possível identificar a dificuldade em regular as emoções de raiva, ciúme, medo, baixa autoestima e solidão. Contudo, na fala do PPL 5, ele pontua que esses momentos são importantes.

Conclusoes

Conclui-se que a atividade de educação permanente junto à equipe de saúde prisional é uma ferramenta com potencial transformador, que possibilita a sensibilização dos envolvidos e mobiliza espaços de trocas de experiências e diálogos, onde o PPL pode se identificar com a vivência do colega e juntos criar soluções que podem prevenir futuras atos de agressão. É importante ressaltar a necessidade da criação de mais ações de promoção e prevenção, além, de salientar nesse processo a participação da intersetorialidade de forma mais frequente nessas unidades penais, já que a saúde da PPL compreende ações integradas ao Sistema Único de Saúde, por meio da Política Nacional de Atenção Integral das Pessoas Privadas de Liberdade.