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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 3 - Serra Dourada

Modalidade

1

Temática

1

Estado

Paraná

Cidade

Londrina

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

CRIAÇÃO DE UM PROGRAMA MUNICIPAL DE CUIDADOS PALIATIVOS INTEGRADO ÀS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE DO SUS

Apresentação/Introdução:

Os Cuidados Paliativos são recomendados pela Organização Mundial da Saúde para serem integrados no sistema de saúde para planejar e proporcionar o cuidado de pessoas com doenças que ameaçam a vida ou condições com sofrimentos físicos, sociais, psicológicos e existenciais que afetam a qualidade de vida. Mesmo com a Resolução Nº 41/2018, que definiu as diretrizes para os CP no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), ainda não há um acesso amplo para a população a esta forma de abordagem. Assim, o Brasil, que apresenta um envelhecimento populacional progressivo e problemas de saúde associados às condições socioeconômica dos países de média renda, ainda tem limitações para ofertar serviços de cuidados paliativos para a maioria da população e, num estudo de comparação da qualidade de assistência no processo de morte e morrer entre 81 países, ficou na 79ª colocação, indicando grande dificuldade de prover um cuidado adequado no fim da vida para a população. Para atender a demanda populacional e a complexidade dos casos envolvidos, é necessário que o suporte de CP sejam acessíveis e próximos ao contexto de paciente e familiares, integrados entre todos os níveis de atenção à saúde, e centrado na Atenção Primária à Saúde (APS), com seu papel de ordenadora do cuidado. Assim, sua inserção por meio de uma Rede de Atenção à Saúde (RAS) é um formato viável para alcançar a abrangência e oferta de serviços de referência no SUS, no entanto, ainda são necessários modelos de aplicação nesta área

Objetivos

O objetivo deste relato é apresentar o desenvolvimento de um modelo de RAS em CP para o SUS, integrando os diversos níveis de atenção, centrado na APS, num município de grande porte. Também descrevem-se os resultados alcançados por este modelo, as ações de educação permanente realizadas e aprovação de fundamentação legislativa por meio de lei municipal para a criação de um Programa Municipal de Cuidados Paliativos.

Metodologia

Considerando o modelo de integração dos CP no sistema de saúde da OMS, os elementos estruturantes desenvolvidos pela proposta foram elaborados para a aplicação dentro dos princípios e ferramentas disponíveis no SUS e, dentre as ações realizadas: - Ações de sensibilização e educação com gestores, coordenadores e trabalhadores em saúde. Realização de uma capacitação experimental, em forma de matriciamento de casos e sessões educativas com equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) selecionadas, por meio da metodologia ECHO (Extension for Community Healthcare Outcomes). E também realizou-se um curso básico para profissionais de saúde de toda rede pública de saúde, de todos os níveis de complexidade - Integração do processo de trabalho e dos serviços de saúde: Buscou-se integrar e promover o desenvolvimento dos CP em diversos serviços de saúde da rede pública, em todos os níveis de atenção - Formação de um Grupo de Trabalho: articulação e comunicação entre os serviços de saúde do município por meio de um grupo de trabalho, contando com representantes de cada ponto da rede de atenção, pactuações de fluxos e instrumentos de classificação dos pacientes, bem como melhoria nos processos de referencia e contrarreferência dos usuários - Criação de Rede de Atenção à Saúde Paliativos: Desenvolveu-se a integração entre os serviços de saúde e o estabelecimentos de fundamentação legislativa por meio de um projeto de lei para incentivar a inserção do CP na rede pública do municipio.

Resultados

As ações de sensibilização iniciaram com gestores, coordenadores de serviço e trabalhadores em saúde. Em seguida, a capacitação por meio da metodologia ECHO foi realizada com equipes de ESF selecionadas, e ações com programas de residências profissionais na área da saúde. E, por fim, realizou-se um curso básico em CP para profissionais de saúde de diversos serviços de saúde da rede pública, com mais de 500 participantes. A ações de integração dos serviços de saúde e processos de trabalho promoveu a difusão da abordagem em CP em diversos serviços de saúde da rede pública, incluindo hospitais, Unidades Básicas de Saúde, serviço de atenção domiciliar (SAD), serviços de urgência, entre outros. Com criação de comissões internas e definição de leitos exclusivos para pacientes em CP em hospitais gerais, difusão de ações paliativas em UBS e integração com SAD. E criação de um Grupo de Trabalho articulado e que promove a discussão de fluxos e processo de trabalho relacionados ao suporte em CP. Por fim, juntamente com a sensibilização com movimentos sociais e agentes públicos, estabeleceu-se o Programa Municipal de Cuidados Paliativos, com a criação de um projeto de lei para instituir o programa, que foi aprovado nas instâncias legais. Assim, tornou-se um dos primeiros municípios do Brasil a ter esta fundamentação legislativa para aplicação dos CP na rede pública e efetivamente implantada, para a integração dos CP nas Rede de Atenção à Saúde do munícipio.

Conclusoes

O desenvolvimento dos cuidados paliativos integrado no sistema de saúde é necessário pela crescente demanda desta abordagem, que é associada com o envelhecimento populacional e a maior prevalência de doenças crônicas que ameaçam a vida, e o direto das pessoas de serem assistidas, com dignidade e autonomia, até o fim da vida. As políticas públicas em saúde são a base para os elementos estruturantes necessários para a inserção e ampliação da oferta de CP na rede de saúde, como para fomentar a formação e capacitação dos profissionais envolvidos, promover o controle adequado dos sintomas e sofrimento dos pacientes, com o uso de medicamentos essenciais e abordagem multiprofissional.Assim, a criação de um Programa Municipal de Cuidados Paliativos, fomentado por uma lei municipal, busca atender esta demanda, por meio das possibilidades e ferramentas disponíveis no SUS, e garantir o acesso à essa forma de abordagem. Com isto, espera-se que a população seja assistida de forma adequada, com qualidade e dignidade, em todos os ciclos da vida, até o seu fim.