Verifique as informações do projeto
inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

Voltar

Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 17 - Pequi

Modalidade

1

Temática

8

Estado

Paraná

Cidade

Maringá

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

IMPLANTAÇÃO DO AMBULATÓRIO TRANSEXUALIZADOR: IMPACTO NA MELHORIA DA ACESSIBILIDADE DO USUÁRIO SUS

Apresentação/Introdução:

A criação do Ambulatório Atenção Especializada no Processo Transexualizador na modalidade ambulatorial veio ao encontro de orientações indicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, que ponderam a proteção do direito à livre orientação sexual e identidade de gênero não é excepcionalmente uma questão de saúde pública, mas abrange também temas relacionados à saúde mental e à atenção a outras vulnerabilidades que comprometem as partes envolvidas. O Processo Transexualizador envolve serviços e cuidados assistenciais direcionados a atenção à/aos transexuais e travestis que desejam realizar mudanças físicas corporais e da função de suas características sexuais. A Portaria do Ministério da Saúde (Portaria GM/MS nº 2.803 de 2013), aborda o Processo Transexualizador, que foi redefinido e ampliado em direção à atenção básica do SUS, e estendeu-se o acesso à população travesti, assim como foram incluídos nos critérios para hormonização.

Objetivos

- Implantar o ambulatório transexualizador no município de Maringá, Paraná, Brasil. - Atender e acompanhar os pacientes com equipe multiprofissional no processo transexualizador na modalidade ambulatorial.

Metodologia

Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, enfatizando a implantação do ambulatório transexualizador no município de Maringá, Paraná, Brasil. Antes da implantação, os usuários que necessitavam do atendimento relacionado ao processo transexualizador aguardavam na fila de espera em torno de três anos, e quando contemplados, eram encaminhados para a capital do Paraná, via Tratamento Fora do Domicílio, percorrendo aproximadamente 420 km para o início do tratamento. No intuito de melhorar o acesso e acessibilidade dos usuários para o presente atendimento, a Secretaria Municipal de Saúde em concomitância com os apoiadores da população LGBTQIA+ iniciou a discussão para a criação do ambulatório trans no próprio município de Maringá. As discussões iniciaram-se no início de 2022 e se consolidaram com a inauguração da proposta em junho do mesmo ano. Importante destacar que além do processo de acompanhamento com o endocrinologista, havia a preocupação da terapêutica medicamentosa do usuário, garantindo a integralidade do cuidado, uma vez que decorrente a limitação de acesso rápido de assistência ocasionava a utilização de medicamentos sem acompanhamento médico. O processo de estruturação do ambulatório permeou em um espaço físico exclusivo no centro de testagem e aconselhamento (CTA), além de atendimento com endocrinologista, infectologista, psicólogo, assistente social e enfermeiros, bem como dispensação de hormonioterapia para os usuários classificados para a utilização.

Resultados

É notório as implicações positivas que a implantação do ambulatório trouxe para os usuários atendidos no ambulatório transexualizador, visto que o tempo de espera para atendimento reduziu de três anos para dois meses, bem como o serviço regionalizado que fortaleceu o processo de vínculo e dignidade do usuário que, atualmente, não necessita percorrer longas distâncias para o tratamento. Outro resultado significativo é o aumento da procura da clientela que, de fato, precisa desse serviço. Da inauguração, já foram atendidos 82 pacientes em sua integralidade, número este até então que não recebiam assistência em saúde. Válido ressaltar, que como o processo de atendimento se dava em outro município a procura era menor, o que colocava o usuário em situação de vulnerabilidade relacionada a assistência clandestina. Outro resultado importante, diante da implantação do ambulatório, é o início da negociação e sinalização do interesse da 15º Regional em Saúde em trazer o atendimento dos outros 29 municípios para o ambulatório, fortalecendo o processo de cuidado regionalizado. Portanto, a iniciativa da inauguração do Ambulatório Trans demonstra a preocupação dos gestores do município com pessoas que fazem uso da medicação sem acompanhamento, colocando sua saúde em risco. Além disso, há uma preocupação em integrar o indivíduo transexual nos serviços de saúde, livre de preconceitos, diminuindo as iniquidades e prestando uma assistência segura e com qualidade.

Conclusoes

A inauguração do Ambulatório Trans representou importante conquista através do engajamento e mobilização dos gestores e da sociedade civil em geral. Diante disso, pensamos e estruturamos o Ambulatório Transexualizador no município, compreendendo que a articulação entre políticas públicas voltadas a população transexual devem ser mais fortalecida para as pessoas trans que utilizam terapia hormonal. Considerando as justificativas apresentadas, seja para institucionalização do cuidado, seja para evitar riscos a saúde, já que se sabe que sem a devida orientação, parte desta população opta pelo uso sem prescrição e acompanhamento, incorrendo na automedicação, na maioria das vezes com hormônios de tipos, doses e/ou formas de aplicação inadequadas, o que habitualmente acarretam muitos efeitos adversos e problemas de saúde Considerando o aumento que tem havido na prevalência da transexualidade com disforia de gênero ao longo do tempo, e, cada vez mais pessoas procuram auxílio clínico, seja para o tratamento hormonal, seja para cirurgias, a transexualidade é uma questão de identidade, para homens, mulheres trans e travestis.