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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 7 - Serra dos Pirineus

Modalidade

1

Temática

1

Estado

Paraná

Cidade

Guaratuba

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

TERRITORIALIZAÇÃO NA REESTRUTURAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA PÓS-PANDEMIA

Apresentação/Introdução:

Guaratuba é uma cidade do litoral do Paraná, que segundo a estimativa populacional do IBGE - 2020, tem 37.527 habitantes e extensão territorial de 1.328,480 km². O município possui 7 Unidades Básicas de Saúde (UBS), vinculadas à 10 Estratégias de Saúde da Família (ESF) e 2 Equipes de Saúde Bucal (ESB). De acordo com os dados do Sistema de Informações em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), o cadastro na Atenção Básica conta com 31.854 moradores na Zona Urbana. Durante a pandemia da COVID 19, o Litoral do Paraná passou por um intenso processo de migração populacional, que originou aumento expressivo de demanda nos serviços de Atenção Primária à Saúde. Com a construção do Plano Municipal de Saúde (2022-2025), na análise situacional, previu-se a revisão completa da territorialização no município. O processo iniciou com o planejamento das ações, capacitação das equipes e a construção de um plano de ação para coleta de dados e o compilamento destes em mapas inteligentes. Para tanto, houve a participação ativa equipe da Atenção Primária em Saúde, que estudou os dados e acompanhou os resultados propondo mudanças para a reorganização das equipes, estratégias para a melhoria dos processos de trabalho, e monitoramento dos resultados e indicadores.

Objetivos

Objetivo Geral Compreender com a territorialização, quais os processos locais que levam à saúde a doença, as especificidades de cada comunidade, permitindo assim a gestão com base populacional para intervenção. Objetivos Específicos • Realizar um alinhamento conceitual sobre território e saúde da família e sua importância para Atenção Primária • Sensibilizar os enfermeiros/gerentes para a importância de conhecer o território de suas áreas de atuação, buscando uma reflexão das singularidades de seu território e microrregião de Saúde • Promover o compartilhamento de experiências na organização de processos de trabalho • Possibilitar a avaliação, construção e indicação de caminhos para organizar dos territórios à luz da legislação vigente, buscando a utilização de critérios de eficiência, eficácia e efetividade • Reorganizar a divisão das equipes, equalizando a população adstrita de cada área, planejando a criar novas equipes, se necessário.

Metodologia

Para a execução do processo, a gestão contou com o apoio Técnico do COSEMS-PR (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná) na condução de oficinas preparatórias com a equipe gestora, de enfermeiras e de Agentes Comunitários de Saúde e Vigilância Sanitária e Ambiental. Após, com o reconhecimento geográfico atualizado pela VISA, as coordenadas geográficas de todas as quadras do município, subdivido por localidades, utilizamos a ferramenta “Google MyMaps” alimentando-a com os dados coletados, dividindo o município em 30 localidades e 1.393 quadras. Os dados georreferenciados, foram divididos pelos ACS, onde cada UBS ficou responsável por um conjunto de localidades, nos quais promoveram visitas domiciliares utilizando um formulário simplificado como instrumentos de coleta de dados. Neste, continha informações como: localidade e número da quadra, endereço, telefone, tipo de imóvel, data da visita, nome e CPF ou cartão SUS do entrevistado, número de pessoas residentes com sua faixa etária e condicionantes de saúde. Para a tabulação dos dados foi utilizada a planilha eletrônica “Google Planilhas”, contendo as informações das coordenadas geográficas exportadas do mapa da VISA, acompanhadas do resumo de cada quadra, o número de domicílios por tipos e de pessoas entre as diferentes faixas etárias Após concluído esse processo cada quadra foi vinculada a sua Unidade Básica de Saúde, área, micro área e ACS, correspondente a atual configuração da divisão territorial.

Resultados

O processo de territorialização envolveu diversos setores e profissionais, de forma direta e indireta, com ações de apoio nas etapas de planejamento, oficinas, divulgação, preparação, coleta de dados, acompanhamento, sistematização de dados, apresentação, entre outras. Este processo, permitiu também o cruzamento dos dados da VISA com os das ESF ampliando a integração entre as equipes, bem como a construção de mapa inteligente digital para APS, compatibilizado com o mapa inteligente da VISA, com diversas “camadas”, em uma plataforma gratuita. É possível visualizar todos os dados obtidos na territorialização de diferentes maneiras, subsidiando às equipes e a gestão no processo de fortalecimento e organização dos processos de trabalho. A partir deste movimento, propulsor da reestruturação, somado a outras ações programadas, o município já conquistou a implantação de 4 UBS de 60 horas e a homologação de 2 ESF, 2 ESB. De todos os resultados alcançados após a reorganização do território, o mais significativo foi a ampliação do acesso e do vínculo da população aos serviços da atenção primária, percebendo-se um salto no número de atendimentos, +69,4%, comparando o 1ª trimestre de 2022 e 2023, já com reflexos nos indicadores do Previne Brasil, onde o ISF saiu de 2,59 (2020 3Q) | 4,52 (2022 1Q) para 6,17 (2022 3Q). Os números, bem como o conhecimento do território, e reorganização dos processos de trabalho mostram a importância da territorialização para a organização da APS no SUS.

Conclusoes

O processo de territorialização possibilitou a construção de mapa digital, e foi fundamental para a reestruturação da APS. Esta, fortemente prejudicada pela pandemia da COVID 19, necessitava de um grande movimento das equipes na busca da qualificação dos processos de trabalho. Para tanto, a gestão baseada em dados da população, a integração da Vigilância em Saúde e o planejamento participativo, com ações e metas exequíveis, foi fundamental. A gestão em saúde, entendeu que é essencial a utilização de parâmetros assistenciais construídos a partir da necessidade de cada comunidade. O diagnóstico do território e da população, assim como as suas principais vulnerabilidades, riscos sociais e sanitários e suas necessidades, nos possibilitou um olhar ampliado para APS. Um exemplo foi a execução de diversas melhorias nas UBS, reformas, substituição de mobiliários e equipamentos, ampliação de equipes, reorganização dos fluxos e integração. Isso, teve como principal resultado um melhor vínculo e acesso para população. Os próximos passos, serão a integração da APS com os demais setores, como Educação, Assistência Social, Esportes e Lazer, indispensáveis para os processos de saúde e doença nos territórios, e a redução das desigualdades.

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