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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

Apresentação/Introdução:

O coronavírus é uma doença infecciosa e seus principais sintomas são: febre, cansaço, tosse, perda de paladar ou olfato, congestão nasal, conjuntivite, dor de garganta, cefaleia, artralgia e mialgia, diarreia, calafrios. O estado do Acre teve 124.635 casos confirmados, com 1998 óbitos e mortalidade de 226,5/100mil habitantes. Já o município do Jordão registrou 1951 casos confirmados, entretanto com apenas 02 óbitos e uma taxa de mortalidade de apenas 23,6/100mil habitantes, bem menor do que a média do estado e do Brasil. Houve um grande medo do impacto da pandemia no Jordão, especialmente devido à logística com EPIs, transferências intermunicipais, envio de medicações, falta de equipamentos de suporte respiratório e treinamento de profissionais. Sabe-se que não há respaldado científico para uso de medicações como Hidroxicloroquina, Ivermectina e o uso de plantas medicinais foi implantado através de ampla pesquisa e respaldado pelo conceito de evidência tradicional e científica. Foram usadas plantas medicinais através de um tratamento sistematizado e em alguns casos florais. Esta foi uma proposta de Dr. Cesar Mancilha, médico que trabalha no município há mais de 4 anos e esteve a frente do combate ao COVID-19 durante toda a pandemia. Medicações alopáticas também foram usadas racionalmente. Este episódio serviu para consolidar e fortalecer na atenção primária a implantação de práticas integrativas e complementares de saúde.

Objetivos

Expressar através dessa experiência a importância da compreensão da saúde integrada, onde os profissionais de saúde atuam não somente como meros coadjuvantes do contexto de cada município que trabalham, mas também como cidadãos ativos, modificadores do enredo socio-cultural do local onde se encontram inserido. Foi de grande importância, em um local onde temos cerca de 40% da população indígena, além de grande parcela da população em estado de vulnerabilidade social, o resgate e o incentivo de saberes tradicionais, que também têm a sua eficácia e são de baixo custo e fácil implementação. Estes saberes foram lapidados por centenas de anos através de culturas ancestrais e grande parte deles hoje tem respaldo científico. Houve a perda de muitos desses saberes nos últimos anos, muitas vezes considerados de pouca utilidade, ineficazes ou ultrapassados. Demonstramos assim que além da importância nó fortalecimento dos laços com a comunidade, essas terapias são, de fato, bastante eficazes.

Metodologia

Foi realizada ampla pesquisa nacional através de mestres de saberes como raizeiros, pajés e erveiras. Além disso, foi feita uma extensa pesquisa científica através de revisões sistemáticas sobre o uso de plantas medicinais, principalmente para quadros gripais. Não existia até o momento nenhuma medicação com evidência científica comprovada contra o COVID-19, por isso foi considerado o conceito de evidência tradicional e competência cultural, que é a capacidade de compreender e responder adequadamente às necessidades trazidas pelos pacientes, compreendendo seus aspectos culturais, linguísticos, conceitos de saúde-doença, dentre outros. Foi observado o que havia disponível na localidade de plantas medicinais para maior parte da população e assim criado um protocolo de tratamento. Neste protocolo era sugerido o uso de chá de raíz de acafrão-da-terra (Curcuma longa), gengibre (Zingiber officinale) e ipê roxo (Tabebuya alvellandae), com a gramatura e a quantidade ideal de água individualizada assim como o uso de alho (Allium sativum) e cebola de palha (Allium ceppa) em forma de sumo. Além disso, orientações alimentares, de estilo de vida e de isolamento eram dadas para todos os pacientes. Poderia ser usado também florais e prática de yoga. Em casos em que havia necessidade clínica, foram usados medicamentos alopáticos (ex.: corticoides orais, antibióticos) ou encaminhamento para atenção secundária.