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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 18 - Chuveirinho do Cerrado

Modalidade

1

Temática

13

Estado

Santa Catarina

Cidade

Joinville

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

QUER N0 AVC: UM APLICATIVO MÓVEL PARA O MONITORAMENTO DO PACIENTE NO PÓS-AVC

Apresentação/Introdução:

O acidente vascular cerebral (AVC) é segunda causa de morte e uma das principais causas de sequelas em adultos no mundo. Após o AVC os indivíduos continuam com uma ampla gama de deficiências, como fraqueza, paralisia, perdas sensoriais e dor relacionada ao AVC. Após a alta hospitalar, o paciente é atendido por diversos serviços de saúde como ambulatórios, unidade básica de saúde, entre outros existindo a necessidade do monitoramento do progresso deste paciente neste período de reabilitação. Em Joinville, o departamento que faz o acompanhamento dos pacientes com AVC é o Joinvasc, e este setor realiza o monitoramento destes pacientes por até 5 anos após o AVC por meio de chamadas telefônicas. Atualmente, as tecnologias de saúde móveis têm se mostrado um caminho promissor para melhorar a comunicação entre os pacientes e os profissionais de saúde, incluindo as doenças crônicas. O aplicativo Quer é um software desenvolvido pela empresa Univision que permite a interação do profissional de saúde com o paciente por meio do envio de orientações de saúde, questionários, chats, entre outros. O projeto ‘Quer N0 AVC’ consiste na adaptação e implantação deste aplicativo de celular no contexto do AVC, a fim de melhorar a qualidade da assistência e auxiliar na prevenção do AVC recorrente.

Objetivos

Adaptar e implantar o aplicativo de celular ‘Quer’ no contexto do acidente vascular cerebral com o intuito de melhorar a assistência ao paciente e promover a prevenção do acidente vascular cerebral recorrente.

Metodologia

Trata-se de uma pesquisa aplicada com objetivos exploratórios de Tecnologia em Saúde, com aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa por meio do Parecer nº 4.917.962, realizada no Hospital Municipal São José. A primeira etapa desta pesquisa foi a realização de uma parceria entre as instituições Associação Brasil AVC, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Univision e Joinvasc. Após, foram adaptados os questionários de monitoramento já eram utilizados pelo Joinvasc e criadas orientações em saúde para o paciente com AVC. Em seguida, foi criada uma rotina de implantação com definição dos profissionais responsáveis e do fluxo de instalação. Foi definido que para a instalação do aplicativo os pacientes e/ou familiar seriam abordados beira leito após a transferência para a Unidade de AVC Integral, após o 3º dia de internação, utilizando panfleto informativo e sendo necessária a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A capacitação dos profissionais ocorreu concomitante durante as várias etapas do processo de implantação da tecnologia, no início focou-se mais para a pré-instalação e instalação do aplicativo e por fim, sobre o Portal Administrativo do aplicativo. O monitoramento dos pacientes ocorreu após 30 dias e 90 dias após o AVC por meio do Portal Administrativo.

Resultados

Em um período de aproximadamente um ano já foram cadastrados no Portal Administrativo do Quer cerca de 190 pacientes pós AVC. Foram criados três questionários para coleta de dados dentro do aplicativo e seis orientações em saúde. O serviço de chat também é utilizado rotineiramente pelos pacientes para esclarecer suas dúvidas quanto a diversos assuntos como alimentação, mal-estar, e outros assuntos relacionados. Outra funcionalidade utilizada é a notificação dos horários que o paciente precisa fazer uso das medicações, que podem ser inseridas para o não esquecimento do uso no horário correto delas. Um dos questionários de “Introdução ao uso do aplicativo Quer” que coletou informações de 42 usuários identificou que 72% dos pacientes tinham histórico de AVC na família (23% pai, 28% mãe, 26% outro familiar, e 5% dois familiares associados), 86% eram hipertensos, 28% diabéticos, 28% dislipidêmicos e 18% cardiopatas. Quanto a consulta médica no último ano antes do AVC, 29% não haviam realizado nenhuma consulta, 36% uma ou duas consultas, 11% realizaram 3 consultas, e 24% fizeram 4 ou mais consultas. As principais limitações e desafios identificados na implantação desta tecnologia foram os pacientes que não possuíam telefone celular com acesso à internet, dificuldades quanto ao entendimento do uso da tecnologia, perda e/ou roubo do celular, dificuldades em responder os questionários e não adesão ao tratamento.

Conclusoes

Este estudo mostra a viabilidade da adaptação e implantação de um aplicativo de celular para monitoramento e acompanhamento do paciente com AVC após a alta hospitalar. Por meio deste estudo conclui-se o aplicativo Quer trouxe alguns benefícios, como o uso adequado da medicação no horário prescrito para os pacientes, a aproximação ao profissional de saúde por meio do chat, o recebimento de orientações em saúde, e a coleta automatizada de dados por meio de questionários. Contudo, foi observado que a implementação deste aplicativo pode substituir parcialmente o processo de coleta de dados em saúde pós AVC, devido alguns desafios como a falta de um celular com internet, não adesão ao tratamento e não adesão ao uso do aplicativo.