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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 8 - Gruta Terra Ronca

Modalidade

1

Temática

2

Estado

Santa Catarina

Cidade

São Bento do Sul

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

PROTOCOLO DE RETIRADA GRADUAL DOS INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS COM A MAYTENUS I.- ESPINHEIRA SANTA

Apresentação/Introdução:

O uso continuo de medicamentos inibidores da bomba de prótons (MIBPs) é uma realidade que desafia os gestores e profissionais de saúde. Muitos pacientes iniciam o tratamento com estes medicamentos e acabam utilizando por longos períodos, sem indicação terapêutica definida. Estudos recentes demonstraram que o uso crônico destes medicamentos pode levar a deficiências de vitaminas e minerais, aumento do risco de diarreia por infecção por clostridium defficile, nefrite intersticial e desenvolvimento de pólipos. A fitoterapia é uma prática integrativa que pode trazer alternativas seguras e eficazes para o tratamento de diversas patologias que são recorrentes na Atenção Primária, como as dispesias, a azia e os desconfortos gástricos. A Espinheira santa (Maytenus ilicifolia Mart, ex Reissek) é uma planta nativa de nossa região e beneficiada pela ervanaria municipal do Farmácia Viva. É uma das 14 plantas medicinais presentes na RENAME, consta no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira 2ª edição e possui indicação para problemas dispépticos e gástricos. A Espinheira santa é produzida em São Bento do Sul em uma parceria entre o Programa Farmácia Viva e o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), onde aproximadamente mil pés da espécie estão plantadas e são utilizadas tanto no Farmácia Viva quanto para recuperação da mata ciliar do PSA, contribuindo para a qualidade da água do município.

Objetivos

Este trabalho tem como objetivo apresentar os resultados do Protocolo de retirada gradual dos medicamentos inibidores da bomba de prótons (MIBPs) com a Espinheira santa (Maytenus ilicifolia) e suas vantagens em pacientes encaminhados pela Unidade de Saúde. Discutir a importância do Protocolo como instrumento ordenador das ações e do acesso à fitoterapia. e com uma possibilidade de ampliar o cuidado aos pacientes em polifarmácia.

Metodologia

A exemplo dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas, a coordenação do Programa Farmácia Viva desenvolveu um instrumento normativo na forma de um Protocolo para realizar a retirada gradual dos Inibidores da Bomba de Prótons através do uso da Espinheira-santa. O Protocolo contém informações pertinentes à Planta Medicinal, como sua DCB, apresentação, dose utilizada e modo de preparo, bem como a descrição do processo de retirada gradual do medicamento através da inserção da Planta Medicinal na rotina terapêutica. Os pacientes identificados como elegíveis para a retirada do medicamento pela equipe médica são encaminhados para o atendimento com fitoterapia, sob a responsabilidade da farmacêutica do programa Farmácia Viva. Os pacientes recebem a prescrição da Espinheira santa na forma de droga vegetal (planta medicinal desidratada) e retiram o tratamento na Farmácia Viva. O protocolo contempla a retirada programada e gradual do medicamento e a utilização da Espinheira santa por 30 dias, quando há avaliação dos sintomas pela farmacêutica. Os pacientes recebem todo o acompanhamento durante o tratamento e são orientados à retornarem caso os sintomas retornem. A prescrição segue as diretrizes do Ministério da Saúde e o tempo de tratamento é de aproximadamente 5 semanas, sendo a posologia de 3 vezes por dia da Espinheira-santa, com a retirada gradual do medicamento, até o momento da sua retirada total, na 5ª semana

Resultados

O Protocolo de Retirada dos MIBP’s com a Espinheira santa vem sendo utilizado desde setembro de 2018 nos atendimentos encaminhados à Fitoterapia. Os pacientes que passaram pelo processo e realizaram o tratamento apresentaram resultados promissores de retirada do medicamento. A Espinheira santa demonstrou efeito benéfico nestes pacientes, validando seu uso como protetor gástrico e antidispéptico. . Os pacientes relataram respostas positivas e grande adesão ao tratamento, com melhora relatada a partir da segunda semana. Dos 35 pacientes acompanhados pela equipe do Farmácia Viva apenas 3 não conseguiram concluir a retirada do medicamento. A utilização da Espinheira santa como uma ferramenta terapêutica foi relatada pelos pacientes como um reconhecimento do uso tradicional das plantas medicinais e como um resgate da sabedoria popular aliada aos cuidados e à ciência.

Conclusoes

A inserção da Maytenus ilicifolia (Espinheira santa) como opção terapêutica em pacientes em uso crônico de medicamentos inibidores da bomba de prótons mostrou-se resolutiva e eficiente. A conduta terapêutica normatizada pelo Protocolo facilita a prescrição e padroniza o procedimento. O desenvolvimento de Protocolos normatiza procedimentos e guia soluções assertivas na terapêutica. A Espinheira-santa é uma opção segura e eficaz para tratamento de sintomas dispepticos e para o manejo de pacientes em polifarmácia e deve ser considerada como ferramenta terapêutica na Atenção Primária. As PICS, onde insere-se a Fitoterapia, são modelos de atenção à saúde que emergem como ferramentas leves de cuidados na Rede de Atenção à Saúde, aproximando o usuário dos serviços e valorizando sua cultura e saberes.

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