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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 13 - Sertaneja

Modalidade

1

Temática

Estado

Minas Gerais

Cidade

Ibertioga

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

COGESTÃO NO PLANEJAMENTO EM SAÚDE E A INTEGRAÇÃO ENSINO, SERVIÇO E COMUNIDADE EM IBERTIOGA/MG.

Apresentação/Introdução:

A Estimativa Rápida Participativa (ERP) é uma ferramenta de gestão fundamental no processo de planejamento estratégico que possibilita a análise da situação de saúde do território, considerando a perspectiva dos diferentes atores sociais envolvidos na construção da realidade local. A ERP é o modo de se obter informações sobre um conjunto de problema, baseado na concepção da população, em um curto período e sem gastos (ACÚRCIO, et. al. 1998, p. 91). Esta, tem como princípio o envolvimento da população para identificação dos problemas no território a partir do diálogo entre os profissionais e a população. Em setembro de 2022 aconteceu com os profissionais das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e informantes chave da comunidade uma ERP no intuito de elencar os problemas prioritários, em relação a oferta de serviços de saúde, enfrentados pelas equipes e pela comunidade, bem como, subsidiar o diagnóstico situacional, a priorização dos problemas e o planejamento das ações a serem realizadas pelos diversos setores da Secretaria Municipal de Saúde. Fruto de uma atividade da disciplina Planejamento e Avaliação do Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAUDE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) a ERP ampliou o olhar crítico sobre a realidade social e sobre a organização do processo de trabalho em saúde.

Objetivos

Objetivo geral: Planejar as ações de saúde de forma compartilhada integrando o ensino, o serviço e a comunidade. Objetivos específicos:  Identificar os problemas de saúde e problemas do sistema de serviços de saúde na perspectiva das equipes de ESF e da comunidade.  Elaborar propostas de intervenção considerando o saber popular e o saber técnico na perspectiva dialógica.  Promover a transformação das práticas de gestão a partir da valorização dos diversos atores inseridos no processo de planejamento.

Metodologia

Entre os dias 02 e 16 de setembro de 2022 a ERP iniciou-se com uma oficina com as equipes de ESF no intuito de esclarecer o objetivo da ERP, delimitar os dados a serem coletados para a construção do diagnóstico situacional, a escolha dos informantes-chave para a ERP e as principais perguntas a serem realizadas com os informantes. Ficou definido que a coleta de dados seria baseada em aspectos demográficos e perfil de usuários, atendidos no serviço. O questionário foi formulado com perguntas relacionadas ao adoecimento da população, acesso aos serviços de saúde, vínculo entre a comunidade e a equipe, reconhecimento da RAS e qualidade dos serviços de saúde. Por fim, buscou-se definir informantes legitimados pela comunidade como representantes. Desta forma, foram definidos 4 representantes, sendo dois de comunidades rurais distintas e dois da área urbana de bairros diferentes. A partir disso, deu-se início às entrevistas com os informantes de maneira individual. Finalizadas as entrevistas, foi realizada uma segunda oficina com a participação de todos os envolvidos para apresentar, refletir e validar os principais nós críticos relacionados ao serviço de saúde enfrentados pelas equipes e pela comunidade e elaborar propostas de intervenção. Por fim, foram elaboradas propostas considerando a autonomia e o protagonismo dos envolvidos. Foi elaborado um relatório, encaminhado à SMS e CMS que deliberou e aprovou as sugestões. Posteriormente, as propostas foram inseridas no PMS e PAS.

Resultados

A partir da ERP foi possível observar que o principal nó crítico do serviço de saúde é a demora em marcar exames e consultas especializadas. Identificou-se que 70% dos principais problemas elencados são de ordem organizacional, tornando-se um ponto forte para a elaboração das propostas de intervenção que ao serem inseridas no PMS e na PAS, foi possível a resolução de problemas que, até então, não haviam sido percebidos pela gestão. Os maiores ganhos para melhoria da estrutura do serviço foi a aquisição de equipamentos, especialmente dois consultórios odontológicos e três veículos para a APS, instalação de internet nos pontos de atendimento médico nas comunidades rurais garantindo a utilização do prontuário eletrônico em 100% dos atendimentos realizados pelas equipes de APS, bem como, o envio do projeto de Lei para a câmara municipal de vereadores para a contratação de médico regulador/autorizador visando organizar a fila de espera para marcação de exames e consultas médicas especializadas. Para melhoria da qualidade da assistência prestada aos usuários a percepção dos problemas de cunho organizacional permitiu o alinhamento do processo de trabalho e fomentou conhecimento. Além disso, esta experiência permitiu a integração ensino – serviço que subsidiou o projeto de pesquisa a ser realizado pela mestranda que realizou a ERP. Este projeto visa desencadear a reorganização do processo de trabalho das equipes de ESF do município através de estratégias pedagógicas emancipadoras.

Conclusoes

Essa experiência utilizou a ERP que permitiu a integração ensino - serviço – comunidade atendendo a uma perspectiva de gestão participativa e dialógica. Foi possível promover a interação entre equipe de saúde e a comunidade, oportunizando compartilhar saberes e informações, possibilitando incluir ações de saúde, no PMS e na PAS, a partir do diagnóstico da situação de saúde a perspectiva de diferentes atores sociais. O diagnóstico revelou desafios, mas também muitas oportunidades alavancaram a resolução de inúmeros problemas, principalmente, de cunho organizacional. Ademais, oportunizou compartilhar saberes e informações e subsidiou um projeto de pesquisa de mestrado. Estão entre os maiores avanços surgidos dessa experiência estão o sentimento de pertencimento, reconhecimento e corresponsabilidade nos processos de produção da saúde pelas equipes de ESF e usuários envolvidos na ERP.

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