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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 5 - Lago das Brisas

Modalidade

1

Temática

Estado

Minas Gerais

Cidade

Medina

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DO SUS X COBERTURA VACINAL NO BRASIL

Apresentação/Introdução:

"Dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que a taxa de vacinação infantil no Brasil vem sofrendo uma queda brusca: a taxa caiu de 93,1% para 71,49%. De acordo com a pesquisa, realizada em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse número coloca o Brasil entre os dez países com menor cobertura vacinal do mundo." Fonte: Maria Luiza La Porta (IFF/Fiocruz) e Everton Lima (IFF/Fiocruz) – https://portal.fiocruz.br/noticia/vacinacao-infantil-sofre-queda-brusca-no-brasil – Acesso em 31/03/2023. Assim sendo, observávamos que a cada boletim de cobertura vacinal emitido pela regional de saúde do nosso município, nunca estávamos com bons índices, mas na realidade e sempre acompanhando nossa população real cadastrada no e-SUS APS, sempre estávamos cumprindo entre 95% e 100% das coberturas de todos os principais imunobiológicos do calendário nacional de vacinação entre crianças de 0 a 5 anos. Surgiu então o questionamento: o problema só pode estar nos sistemas de informação, ou do município, ou do Ministério da Saúde. Em busca de soluções para o problema, encontramos finalmente o que vem acontecendo não só com Medina, mas com grande parte dos municípios brasileiros que, após implantação plena do e-SUS APS ou outros sistemas de prontuário eletrônico, enfrentam queda na sua cobertura vacinal.

Objetivos

Identificar, utilizando as ferramentas que o DATASUS disponibiliza aos municípios, o que ocasionou a queda da cobertura vacinal no país após implantação dos novos sistemas de informação para registro de vacinação no país.

Metodologia

Acompanhando os indicadores do programa Previne Brasil, nosso município conseguia ótimo desempenho em todos os indicadores, mas nunca obtinha nota satisfatória no indicador 5 (cobertura vacinal de pentavalente e poliomielite). Mediante essa problemática, identificamos o problema pelo relatório de "Apoio ao cuidado" de crianças do SISAB, presente na ferramenta e-Gestor do DATASUS. Através dessa ferramenta, identificamos diversas crianças duplicadas no sistema CADSUS WEB, crianças estas que não estavam duplicadas no e-SUS APS, dando-nos uma falsa sensação de que tudo estava certo quanto a vacinação, porém, ao unificar um cidadão no e-SUS APS, sabemos agora que essa unificação não ocorre automaticamente no CADSUS WEB, rotina essa que deve ser feita manualmente, identificando os cidadãos duplicados um a um e unificá-los para resolver definitivamente o problema da cobertura vacinal fora da realidade. Pelo relatório de "Cadastros vinculados" do SISAB no e-Gestor, buscando relatórios de todos os cidadãos do município e organizando a tabela por data de nascimento decrescente, observamos que só entre crianças de 0 e 5 anos, o município de Medina tinha vinculados ao fim de agosto de 2022, 1787 crianças, dentre elas 231 duplicadas necessitando de unificação. Unificando todas essas crianças manualmente no CADSUS WEB, ao fim de dezembro de 2022 ficamos com 1556 crianças cadastradas e identificadas por este mesmo relatório.

Resultados

Com a unificação de 231 cadastros duplicados entre as crianças de 0 a 5 anos, finalmente conseguimos números satisfatórios e adequados a realidade cadastral do município, pois seria impossível alcançar qualquer cobertura vacinal com 15% a mais de cadastros nessa faixa etária, que é a mais acompanhada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Como exemplo de experiência exitosa, destacamos o aumento de 10,54% na média final dos índices de cobertura vacinal do município, saltando de 81,09% ao fim de 2021 para 91,63% ao fim de 2022 (fonte: Tabnet – Imunizações Cobertura Brasil – Cobertura vacinal por imuno segundo município). Finalmente alcançamos também com as unificações, o indicador 5 do programa Previne Brasil (Proporção de crianças de 1 ano de idade vacinadas na APS contra Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B, infecções causadas por haemophilus influenzae tipo b e Poliomielite inativada) fechando o 3º quadrimestre de 2022 com 99% antes alcançando 75% no 1º quadrimestre e 77% no 2º quadrimestre de 2022 dando-nos a confirmação de que as duplicações eram a raiz do problema.

Conclusoes

Com o alarme nacional da queda de cobertura vacinal, vimos que parte desse problema pode sim ter sua raiz nos sistema de informação do Ministério da Saúde e alertamos para que essa problemática seja repassada aos municípios de maneira emergencial para que assim consigam identificá-lo e saná-lo. Lembramos e destacamos também que com o crescimento da utilização de prontuários eletrônicos no Brasil à partir de 2017 por meio da obrigatoriedade da utilização desse novo método de registro imposta pela Resolução CIT nº 7 de 2016, a facilidade de se criar novos números de Cartão Nacional de Saúde (CNS) foi aumentada através do sistema e-SUS APS, ferramenta disponibilizada gratuitamente pelo Ministério da Saúde a amplamente utilizada por grande maioria dos municípios brasileiros. O e-SUS APS por ter integração direta ao CADSUS WEB trouxe também problemas, onde profissionais criam diversos CNS para o mesmo cidadão que posteriormente não são unificados, aumentando assim exponencialmente o número de cadastros duplicados dos municípios em todos os sistemas oficiais. Assim sendo, alertamos sobre esse problema e pedimos solução aos responsáveis para que estudem alternativas para que isso não ocorra, evitando que esse problema se perpetue.

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