Verifique as informações do projeto
inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

Voltar

Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 15 - Mascarado

Modalidade

1

Temática

Estado

São Paulo

Cidade

São Paulo

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

CUIDADO INTEGRAL A TRANSEXUAIS PRIVADAS DE LIBERDADE: A REDE SAMPA TRANS-MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Apresentação/Introdução:

A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) refere diversos princípios, dentre eles, o de que a Atenção Primária seja a ordenadora do cuidado: fazer o cuidado centrado na pessoa e ordenar a rede, sempre visando a resolutividade, numa lógica de território adscrito, e responsabilização sanitária . Nestes preceitos e pelo fato dos Centros de Detenção Provisória, vinculados à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) estarem localizados na área adscrita da Unidade Básica de Saúde, faz-se necessário o desenvolvimento de ações de saúde. Em 2014 o Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAIST), que tem como objetivo garantir o acesso das pessoas privadas de liberdade no sistema prisional ao cuidado integral no SUS, promover o acesso das pessoas privadas de liberdade à Rede de Atenção à Saúde. Vale destacar que, por todo contexto antropológico que envolve a privação de liberdade, o direito a saúde sempre foi um desafio tanto no acesso.Quando falamos de hormonização dentro de SUS, ainda é algo novo levar às pessoas privadas de liberdade tal possibilidade de reinserção social e de apoio à cidadania, como o direito constitucional à saúde de um grupo que historicamente sofreu repressão durante sua vida. Desta forma, realizar este projeto tem importante representatividade social por garantir e fazer cumprir a legislação brasileira a um público extremamente estigmatizado e esquecido.

Objetivos

Quais as transformações pretendidas Proporcionar atendimento integral à Saúde, com ênfase na Hormonização para mulheres Travestis e Transexuais privadas de liberdade do território Lapa- Pinheiros.

Metodologia

Descrever detalhadamente o tipo de ação, quem participou, onde foi realizada, como foi feita, com que, etc Foram realizados atendimentos on-line e presenciais na UBS Dr. José de Barros Magaldi com equipe multiprofissional de Enfermagem, Psicologia, Serviço Social, Farmácia e Médicos, com o intuito de proporcionar atendimento integral em saúde às mulheres travestis e transexuais, com maior ênfase na hormonização. Os atendimentos online foram realizados através do aplicativo Google meet pela equipe multiprofissional, com objetivo de viabilizar uma consulta que proporcionasse assistência integral e ampliada para além das questões biológicas, com foco na criação de vínculo e abordagens da inserção social da mulher travesti e transexual, família, histórico de saúde, religião e escolaridade. As consultas presenciais ocorreram mediante escolta agendada previamente por email. Foram realizadas pelo médico generalista da unidade, visando garantir assistência dentro do princípio da integralidade. No período de julho a dezembro foram realizados 11 atendimentos. Fizemos algumas adaptações nos consultórios para preservação de imagem das mulheres travestis e transexuais privadas de liberdade (entrada exclusiva, próximidade ao banheiro, local confortável com mesa, cadeiras, computadores e com espaço adequado para o atendimento). Foi também realizada apresentação formal destes atendimentos junto ao Conselho Gestor da UBS.

Resultados

O que foi observado após a experiência, do ponto de vista qualitativo e/ou quantitativo. Estabelecimento de link com a literatura. Refletindo na perspectiva dos princípios do SUS, da integralidade, intersetorialidade e pensando na Atenção Primária como porta de entrada e ordenadora do cuidado, o projeto foi capaz de realizar 11 atendimentos de mulheres travestis e transexuais privadas de liberdade que até então estavam com seu acompanhamento suspenso ou nunca realizado. Esta ação para elas teve um grande significado proporcionando algo além da hormonização, como a retomada de cidadania e inserção social.

Conclusoes

O projeto se formalizou com o cumprimento do atendimento das 11 mulheres e prescrição efetiva da hormonização. O tele atendimento foi um grande recurso de atendimento assim como foi muito adequada a possibilidade de coleta de sangue na unidade prisional. As questões de comunicação precisam de ajustes mas nada que tenha onerado o processo. Já estamos em momento de retornos e pensando em outras questões de assistência mais integral, tais como a abordagem nos casos de sífilis, atendimento odontológico e de saúde mental, profilaxia pré-exposição (Prep) e vacinação sendo estes os próximos passos da agenda deste projeto. Está sendo um projeto piloto que deve servir como modelo a ser expandido para outras regiões. Fica claro a toda a equipe que é um fluxo factível de ser realizado e proporciona cuidado integral e de qualidade requerendo um amplo envolvimento de todos os setores.

Banner