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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 16 - Casarão

Modalidade

1

Temática

9

Estado

Rondônia

Cidade

Porto Velho

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

QUALIFICAÇÃO DE DADOS SOBRE SÍFILIS CONGÊNITA NO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO NOS ANOS DE 2020 A 2022

Apresentação/Introdução:

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação-SINAN é a principal ferramenta utilizada pela vigilância epidemiológica dos municípios para investigar, notificar, acompanhar e analisar a situação de saúde, bem como para auxiliar no planejamento de intervenções e prioridades de ações a serem realizadas. De acordo com a portaria 204 de 17 de fevereiro de 2016 do Ministério da Saúde (MS) a notificação é obrigatória nos casos de sífilis adquirida, em gestante e congênita. A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum e tem cura com tratamento. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Além da transmissão sexual desprotegida pode ser durante a gestação ou parto (transmissão vertical), caso a mãe não seja tratada ou tenha o tratamento inadequado. A correta notificação dos casos permite que medidas de controle possam ser tomadas a fim de erradicar a doença e suas graves consequências para a saúde pública. Com base na importância de um banco de dados corretamente preenchido para que se possam adotar medidas de prevenção, promoção e recuperação da saúde, foi realizado o melhoramento nas informações do Banco de dados da Sífilis Congênita (SC) no SINAN, no período de 2020 a 2022 no município de Porto Velho - RO.

Objetivos

Atualizar e aprimorar o banco de dados da Sífilis Congênita no SINAN, nesse período, visando a obter o Certificado Estadual através do selo Boas Práticas do SUS, com o aumento de indicadores de impacto e de processo do Ministério da Saúde refletir através do banco de dados SINAN, a realidade situacional do agravo de sífilis congênita em Porto Velho e ofertar dados que possam subsidiar de forma correta a tomada de decisão em saúde para combater e erradicar a sífilis congênita no município de Porto Velho-RO.

Metodologia

Trata-se de um estudo quantitativo caracterizado por um conjunto de procedimentos, técnicas e algoritmos destinados a auxiliar na retirada dos dados, subsídios para responder aos objetivos propostos no trabalho. Foi utilizada base de dados do SINAN por meio de tabulações e utilizando o “Salvar registros” do Tabwin para identificação dos casos e fichas incompletas e/ou inconsistentes bem como na análise da titulação de VDRL da gestante e do recém-nascido para subsidiar a discussão. Todas as fichas de notificação de sífilis congênita presentes no banco de dados SINAN de Porto Velho nos anos de 2020 a 2022. Para análise dos dados, foi utilizado o programa estatístico SPSS versão 23.0 (Windows). Foram avaliados por tabelas os dados retirados do SINAN das fichas notificadas e inseridas no sistema. Após estudo criterioso e com base nos protocolos de diagnóstico de sífilis congênita, foram excluídas aquelas que não se adequaram nesse diagnóstico, consideradas como crianças expostas à doença, parâmetro esse que não se faz necessário notificação. Não foram divulgados nomes nem quaisquer outros dados que possam identificar as pessoas notificadas no banco de dados SINAN. Quanto aos benefícios, uma vez realizado a qualificação no banco de dados da sífilis congênita em Porto Velho, novas medidas e intervenções de saúde serão realizadas de maneira eficaz e fiel ao número apresentado pelo estudo, refletindo a realidade do município em relação ao agravo pesquisado.

Resultados

Levando em consideração todos os parâmetros para diagnóstico de sífilis congênita: teste não treponêmico realizado na criança um título maior que o materno em pelo menos duas diluições (ex.: o materno 1:4 e o do RN maior ou igual a 1:16), indicativo de infecção congênita, exame físico com alguma alteração, achado de qualquer sinal ou sintoma deve levar à investigação complementar, e a sífilis congênita será incluída no diagnóstico diferencial. Após avaliados todos os critérios observaram-se os seguintes resultados na investigação das fichas notificadas: Em 2020 foram incluídas no banco de dados SINAN 91 fichas notificadas como sífilis congênita, das quais após minuciosa avaliação dos critérios para diagnóstico do agravo especificado, 81 dessas fichas não se enquadraram como SC e sim como criança exposta a sífilis, que de acordo com o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT 2022) sobre infecções sexualmente transmissíveis, não se faz necessário notificar. Já no ano de 2021, foram incluídas no SINAN 68 fichas notificadas como sífilis congênita e que após a devida avaliação e qualificação dos critérios diagnósticos, 51 dessas fichas foram excluídas do banco e caracterizadas como crianças expostas à sífilis. No ano de 2022 foram incluídas no Sistema de Agravos de Notificações 70 fichas como SC, sendo que dessas apenas 12 se enquadram nos critérios de diagnóstico. Sendo assim, das 229 fichas digitadas, 190 foram excluídas, permanecendo no SINAN 39 notificações.

Conclusoes

Foi observado que com a iniciativa de qualificar e melhorar o banco de dados SINAN especificamente no agravo da sífilis congênita, houve uma diminuição considerável de 82,9% no número de crianças notificadas de forma inadequada com SC em Porto Velho o que gerou reais indicadores do agravo no município, possibilitando desta forma o direito a Certificação Estadual através do selo Boas Práticas do SUS. Concluiu-se também que a obtenção de um banco de dados fiel ao real cenário de saúde promove ações de tomada de decisões mais direcionadas conforme o nível de urgência e necessidade dos dados encontrados.