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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 16 - Casarão

Modalidade

1

Temática

9

Estado

Rondônia

Cidade

Pimenta Bueno

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

AÇÃO PARA AVALIAR RISCOS DE URBANIZAÇÃO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR NO MUNICÍPIO DE PIMENTA BUENO-RO

Apresentação/Introdução:

A Leishmaniose Tegumentar, doença infecciosa transmitida pela fêmea de flebotmínios, causada por protozoários do gênero Leishimania, predominante em ambientes silvestres na década de 1980, tem se tornado cada vez mais urbana (FIOCRUZ, 2019). Considerada pela OMS uma das seis doenças infecciosas mais importantes do mundo, é intercontinental e atinge anualmente entre 0,7 a 1,3 milhões de pessoas. No Brasil, em média, 21.000 pessoas são infectadas por ano. Dados do MS dos anos de 2017 a 2021, indicam maior incidência de casos na região norte, com 46,4 casos /100.000 hab, sendo Rondônia a quarta UF com maior incidência de casos com média de 784 casos por ano entre 2017 e 2021, tendo o município de Pimenta Bueno registro de 238 casos entre 2017 e 2022 é classificação de Alto Risco no estrato 2019/2021 com média de casos 31,33 e incidência média de 85,14. Dados Epidemiológicos da SEMSAU, indicam que no período de 2011 a 2016 foram notificados 18 casos da doença em bairros do município de Pimenta Bueno, indicando a possibilidade de transmissão urbana da infecção . A pesquisa da presença de flebotomínios bons transmissores da doença, inicialmente se dará em 78 pontos do perímetro urbano, alcançando toda a população urbana que é de 32.087 (87% - IBGE 2010), com início em outubro de 2022 e termino em julho de 2023, buscando constatar presença do vetor e consequente possibilidade de transmissão urbana com indicação das medidas preventivas necessárias.

Objetivos

Objetivo geral: Identificar e mapear o comportamento entomológico do vetor da Leishimaniose Tegumentar no perímetro urbano e Peri-urbano do município de Pimenta Bueno, e sua abrangência para fundamentar planos de ação de controle da possível transmissão urbana da doença. 2.1 Objetivo Específico  Identificar áreas vulneráveis e/ou receptivas do vetor e de transmissão da LT na área urbana e peri- urbano do município de Pimenta Bueno  Conhecer a presença, a distribuição e monitorar a dispersão do vetor  Monitorar a tendência da endemia, considerando a distribuição no tempo e espaço  Identificar vestígios e registros sobre a mudança de comportamento do vetor  Obter diagnóstico e possibilitar adoção de medidas preventivas, considerando a situação entomológica e epidemiológica na área de abrangência

Metodologia

A metodologia proposta para o levantamento entomológico é a armadilha luminosa – CDC, sendo a coleta de flebotomíneos realizada em todos as localidades do perímetro urbano e Peri-urbano do município, utilizando-se de duas até dez armadilhas em cada localidade. Cada armadilha deverá ser instalada no Peri-domicílio, preferencialmente em abrigos de animais, devendo ser expostas após o crepúsculo até o período matutino seguinte, sendo retiradas até as 7h, durante 2 noites consecutivas. Os domicílios selecionados serão preferencialmente, aqueles sugestivos para a presença do vetor tais como: residências com Peri domicílio que possuam presença de plantas (árvores, arbustos), acúmulo de matéria orgânica, presença de animais domésticos (cães, galinhas, porcos, cavalos, cabritos, entre outros), podendo as condições socioeconômicas e o tipo de moradia ser levados em consideração para a seleção da unidade domiciliar. Após a captura, será feita remessa das amostras ao Núcleo de Biologia Animal e Entomologia Médica do LECEN/RO, para identificação e catalogação das espécies encontradas. O trabalho de campo será executado pela equipe de endemias vinculada à Coordenação de Vigilância em Saúde, contando com 05 (cinco) Agentes de Combate a Endemias capacitados pelo LACEN/RO sob a coordenação do autor do projeto. As armadilhas CDC foram fornecidas pelo LACEN/RO, as pilhas, EPIS, veículos e demais insumos foram disponibilizados pela Coordenação de Vigilância em Saúde da SEMSAU.

Resultados

Os resultados ora apresentados são parciais, visto que foram feitas coletas em 47 pontos do perímetro urbanos, e dessas amostras, o LACEN/RO analisou 38. Das 38 amostras analisadas pelo LACEN/RO, foram identificados 3.902 flebotomínios, constatando 11 (onze) espécies: Cmplexo antunesi, Evandromyia wilsoni, Bichromomyia flaviscutellata, Nyssomyia whitmani, Brumptomyia brumpti, Nyssomyia antunesi, Evandromyiia walkeri, Psychodopygus davisi, Brumptomyia brumpti, Pschodopygus claustrei e Psathyromyia hermanlenti. Das 11 espécies encontradas, 2 são boas transmissoras da doença na região amazônica e em outros estados da federação - Bichromomyia flaviscutellata e Nyssomyia whitmani e em outras duas já foram detectados insetos infectados naturalmente e com rastros de DNA de diferentes espécies de Leishimania - Psychodopygus davisi e Nyssomyia antunesi. As 4 espécies encontradas e consideradas boas e/ou possível transmissoras da Leishimaniose Tegumentar somaram 1.957 flebotomíneos e representaram 50,08% do total das amostras coletadas, sendo: Bichromomyia flaviscutellata 01 – 0,03% Nyssomyia whitmani 1.028 – 26,3% Psychodopygus davisi 37 – 0,95% Nyssomyia antunesi 890 – 22,8%. Com as informações parciais obtidas, a Coordenação de Vigilância em Saúde alertou as equipes de assistência para atenção com pacientes com sintomas, mesmo sem histórico de haver saído do perímetro urbano, bem como, está adotando diversas outras medidas de Informação e Educação em Saúde.

Conclusoes

A pesquisa e constatação da presença de flebotomíneos bons transmissores e/ou possíveis transmissores da Leishimaniose Tegumentar no perímetro urbano do município de Pimenta Bueno, esclarece aos profissionais de saúde envolvidos direta ou indiretamente no programa, sobre a real possibilidade de que diversos casos da doença, especialmente aqueles 18 mencionados no quarto parágrafo do item 1. (Apresentação), a transmissão realmente possa ter ocorrido no perímetro urbano. O serviços de saúde seja a vigilância ou assistência passam a dispor de informações fidedignas para melhorar o diagnóstico clínico, delimitar e indicar do local provável da transmissão do caso, considerando a efetiva possibilidade de ocorrência de casos no perímetro urbano. A vigilância em saúde em parceria com outros órgãos e entidades, tem subsídios para viabilizar a produção de material informativo/educativo considerando as peculiaridades das comunidades suscetíveis à doença, envolvendo diretamente a comunidade no controle vetorial e consequente redução dos riscos de transmissão. As informações trazem subsídios para as autoridades competentes discutir e adotar políticas públicas necessárias no perímetro urbano.

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