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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS
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Dados do Projeto
Sala de Apresentação
Sala 1 - Lago dos Tigres
Modalidade
1
Temática
1
Estado
São Paulo
Cidade
São Paulo
Descrição da experiência - resumo do projeto
Título Experiência:
CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO DE APOIO À SAÚDE MENTAL DOS TRABALHADORES DO SERVIÇO FUNERÁRIO DE SÃO PAULO
Apresentação/Introdução:
É uma proposta construída conjuntamente entre a Secretaria Municipal da Saúde, através da Escola Municipal de Saúde e da 8ª COREME e o Serviço Funerário Municipal/SFMSP. Em decorrência da pandemia do COVID-19 e seus efeitos, preocupados com a saúde mental dos trabalhadores que executam tarefas essenciais cotidianamente, expostos a stress intenso, elaboramos uma proposta de atendimento aos trabalhadores do serviço funerário. Este trabalho contou com diferentes etapas. Inicialmente, grupos semanais com a participação de 8 servidores, na secretaria de Serviço Funerário, posteriormente fazendo um rodízio entre os 22 cemitérios de São Paulo, discutíamos questões relativas à saúde mental, enfrentamento à pandemia e outras demandas que surgiram no decorrer dos encontros. Os grupos são coordenados por duas psicólogas supervisoras do Programa de Residência em Psiquiatria em Rede da 8ª COREME, e contam com a participação de dois médicos residentes. Sabe-se que a saúde do trabalhador é uma área necessária ao cuidado em saúde mental. Quando estamos submetidos a uma carga de trabalho excessiva e ao contato intenso com o sofrimento e morte, temos maior risco de desenvolver transtornos, tais como: os ansiosos, depressivos, estresse pós-traumático, uso abusivo de substâncias psicoativas, sendo necessário portanto uma assistência em saúde mental a esses trabalhadores.
Objetivos
Ofertar cuidados para os funcionários das equipes funerárias que demonstrarem interesse Realizar atendimentos em grupo de forma presencial quando possível Realizar supervisões com os residentes que prestarão esses cuidados Produção de relatos de casos, artigos para divulgação a rede SUS.
Metodologia
O trabalho foi realizado em três etapas. Inicialmente, a partir de grupos na Secretaria de Serviço Funerário contando com 8 participantes (um trabalhador de cada cemitério), por conta das condições apresentadas pela pandemia. Após, realizando um rodízio entre os 22 cemitérios de São Paulo, em grupos abertos para discutir a relação com trabalho e seus efeitos no cotidiano. Em uma terceira etapa também apresentamos a possibilidade de um grupo fixo, no Centro de Saúde Paula Souza, para que os trabalhadores possam ser acompanhados mais longitudinalmente. Trabalhamos com a proposta de grupos operativos de Pichon-Rivière, a partir da qual, com foco na condição de trabalho e seus efeitos no psiquismo, possamos apontar horizontes materiais de transformação na lida com o trabalho e em sua articulação coletiva. Juntamente com essa experiência de campo, desenvolvemos um diário de relatos para o acompanhamento da experiência dos residentes em formação. A proposta é que esses relatos servem tanto para a formação dos residentes, no que diz respeito a construção de uma semiologia e direção do tratamento quanto para possíveis elaborações de relatórios, quando demandados, pelo Serviço Funerário.
Resultados
Foi possível observar que as condições adversas de atuação no campo do trabalho não advinham apenas da pandemia e sim de todo um processo de precarização das formas de trabalho (ausência de reajuste e de concurso, falta de um plano de cargos e salários e falta de uma organização e gestão efetivas da área) associado à temática e a materialidade da prática de trabalho: a lida com a morte e o luto em uma sociedade que não a entendem, comumente, com parte de processos naturais da vida, produzem desgaste e transtornos não só simbólicos como materiais ao dia a dia desses trabalhadores. Nesse sentido, observou-se que as condições não são apenas precárias no âmbito material mas também simbólico e cultural, o que marginaliza a experiência e os processos de humanização necessários à esses trabalhadores. É, também, um trabalho focado na integralidade em saúde mental, fundamental para o alargamento da noção de sofrimento psíquico para a formação dos psiquiatras residentes, que acompanham o serviço.
Conclusoes
CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO Mediante a proposta apresentada pela Residência Médica, entendemos que devido a nosso cenário de precarização, pensamos ser o dever de atuar mediante as necessidades de cuidado em saúde pública que se apresentam, auxiliando no processo de compreensão de seu lugar de atendimento dentro do Sistema Único de Saúde. Para, além disso, favorece a construção de produções de escritas, seja por artigos científicos, relatos de caso, cartilhas CONTRIBUIÇÕES PARA O CAMPO: Além das contribuições ao ensino é também importante mencionar que esse trabalho realizou uma importante cartografia do serviço funerário de São Paulo, seu funcionamento e limitações, apresentando, então, a necessidade de se pensar linhas de trabalho mais atuantes na atenção básica em relação à saúde do trabalhador.
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