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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 1 - Lago dos Tigres

Modalidade

1

Temática

8

Estado

Sergipe

Cidade

Itabaiana

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

FLUXO DE ASSISTÊNCIA E ATENDIMENTO AMBULATORIAL MULTIPROFISSIONAL AOS CASOS DE TEA EM ITABAIANA/SE

Apresentação/Introdução:

No município de Itabaiana/SE nos últimos anos tem aumentando a procura de famílias solicitando o acompanhamento multiprofissional de crianças com suspeita ou confirmação para transtorno do espectro do autismo (TEA). Este transtorno se caracteriza por ser condição clínica de início na infância e com curso crônico, deste modo, as crianças diagnosticadas necessitam de acompanhamento por longos períodos da vida, exigindo uma intensa articulação interprofissional e intersetorial, além do impacto acumulativo para os serviços de saúde. Diante dessa problemática, desde janeiro de 2021 a Secretaria de Saúde por meio da sua Coordenação de Saúde Mental iniciou o cadastro e fluxo de atendimento ambulatorial multiprofissional, de acordo com a estratificação de risco, para acompanhamento dos casos de suspeita ou diagnóstico de TEA em crianças com a utilização de recursos próprios para financiamento.

Objetivos

• Geral: Realizar o atendimento multiprofissional articulado para os casos de crianças com diagnóstico ou suspeita de TEA em Itabaiana/SE • Específicos: o Organizar o fluxo de atendimento intersetorial para os casos suspeitos ou diagnosticados de TEA o Cadastrar casos identificados pela rede de assistência de crianças com suspeita ou diagnóstico de TEA no município o Realizar o atendimento médico em neuropediatria para os casos identificados suspeitos o Efetivar o atendimento multiprofissional em fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia para os casos identificados, auxiliando no desfecho diagnóstico e/ou realizando o acompanhamento ambulatorial o Encaminhar os casos graves para o acompanhamento no Centro de Especialidades em Reabilitação (CER IV).

Metodologia

Inicialmente foram mapeados todos os serviços que poderiam realizar o acolhimento e atendimento dessas crianças, bem como as categorias profissionais necessárias para compor o ambulatório no município. Foram contratados uma médica neuropediatra, duas terapeutas ocupacionais e duas fonoaudiólogas, além da disponibilização de uma psicóloga infantil para os atendimentos. Após a identificação das possibilidades de portas de entrada foi proposta uma reunião para organização do fluxo intersetorial. Para os casos identificados pela Secretaria de Desenvolvimento Social, a criança deverá ser encaminhada para a UBS de seu território com um relatório especificando a necessidade de avaliação. Para os casos identificados nas unidades de ensino, estes serão encaminhados inicialmente para o Núcleo de Atendimento Educacional Especializado (AEE) onde terão atendimento com psicopedagogo e encaminhados para atendimento de equipe multiprofissional na SEDUC, entretanto para os casos mais graves, sem diagnóstico com CID, deverão ser encaminhados para a equipe de saúde da família (ESF) no seu território de residência. Para os casos identificados pela Secretaria de Saúde, por meio das ESF ou busca espontânea a Coordenação de Saúde Mental, estes deverão ser estratificados o risco inicialmente por meio da consulta com neuropediatra, onde os casos leves deverão ser atendidos pela equipe multiprofissional de TEA e os casos graves encaminhados para o CER IV da Rede Estadual de Saúde.

Resultados

Desde 2021 já foram atendidos 338 casos no ambulatório multiprofissional em TEA, atualmente com a média mensal de 342 atendimentos sendo 178 pacientes ativos. Os atendimentos de terapia ocupacional e fonoaudiologia são realizados no mesmo espaço e horário, contribuindo para a otimização do tempo e adesão ao tratamento. Entretanto a psicóloga não realiza atendimento de todos os casos e, quando necessário, a profissional atende em outra unidade de saúde. No momento, não contamos com neuropediatria de maneira presencial, entretanto nosso município foi contemplado pelo Projeto Telenordeste que possui agenda para esta especialidade. Encontra-se também aguardando atendimento ambulatorial da equipe multiprofissional cerca de 142 crianças, mostrando que mesmo com a organização desse serviço, a demanda ainda está acima da oferta, uma vez que o tratamento para esta condição crônica não possui prazo estabelecido podendo durar meses ou anos. O entendimento dos profissionais de saúde e de educação para esta condição crônica tem alertado para os sinais cada vez mais precocemente refletindo em um aumento na busca por este tipo de serviço. Com a organização do fluxo entre secretarias ocorreu a redução de encaminhamentos desnecessários evitando que o responsável pela criança fique peregrinando entre setores. Ressalta-se que está em construção um Centro de Equoterapia com a finalidade de oferecer mais uma proposta terapêutica para os casos de TEA com a previsão de conclusão até o próximo ano.

Conclusoes

Diante do desafio imposto, a identificação dos casos de TEA suscitou uma demanda específica na saúde gerando a necessidade de organização a fim de dar uma resposta satisfatória às famílias das crianças, com encaminhamento de acordo com a gravidade. O atendimento clínico multiprofissional integrado contribui para o tratamento dos casos de TEA leve no município enquanto os casos mais graves podem ser acolhidos no CER IV com recursos mais complexos. Entretanto, mesmo com estes esforços, existe uma demanda reprimida exigindo políticas públicas mais contundentes nos três níveis de gestão do Sistema Único de Saúde, tanto para a assistência quanto na educação permanente auxiliando na formação dos profissionais de saúde. Como estratégia para aprimoramento do serviço municipal, o próximo passo será melhorar a comunicação da equipe ambulatorial especializada com as equipes de saúde da família propondo um plano de cuidado compartilhado.