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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 14 - Bandeira

Modalidade

1

Temática

1

Estado

São Paulo

Cidade

Diadema

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

DIADEMA CRIA CAMPANHA MINHA COR, MEU ORGULHO COMO ESTRATÉGIA PARA PREENCHIMENTO DO QUESITO RAÇA/COR

Apresentação/Introdução:

Em Diadema as iniquidades históricas vividas pela população negra não são diferentes às que se apresentam no país de forma geral. É inegável que a desigualdade perpassa todos os processos da vida humana, desde o nascer, adoecer e morrer. O racismo, as desigualdades étnico-raciais e o racismo institucional são determinantes sociais em saúde. As vulnerabilidades desta população têm raízes históricas e para superá-las precisamos de ações intersetoriais que tenham como pilares a equidade, diversidade, igualdade e a justiça social. A iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde em Diadema de realizar uma ampla campanha no município teve como objetivo cumprir com as recomendações emanadas da Conferência de Saúde Diadema – 2021 Plano Municipal de Saúde 2022 – 2025 Plano Municipal Decenal de Promoção da Igualdade Racial de Diadema 2021-2031 e da Portaria MS Nº 344 de 01/02/2017-DOU 02/02/2017 (MS) que dispõe sobre o preenchimento do quesito raça/cor nos formulários dos sistemas de informação em saúde. Detectamos dificuldades conceituais, culturais e técnicas no preenchimento deste quesito, por isso, é extremamente importante preencher os formulários físicos e sistemas virtuais de informação do SUS já que oferecerão uma base de dados de qualidade que permitirá obter uma análise mais próxima da realidade e um melhor diagnóstico dos agravos e doenças prevalentes desta população e o desenho e implementação de políticas públicas efetivas que contribuirão a erradicar as iniquidades.

Objetivos

A campanha “CAMPANHA: MINHA COR, MEU ORGULHO: minha cor é orgulho, dignidade e resistência” teve como objetivo geral formar os profissionais de saúde sobre a importância do preenchimento do quesito raça cor, além de debater, capacitar e implementar políticas públicas relacionadas com a questão étnico/racial em todo o sistema de saúde do município de Diadema. Além disto, a campanha buscar oferecer uma série de subsídios com conteúdo e informações sobre o quesito raça/ cor/etnia para apoiar os profissionais de saúde a adotarem procedimentos adequados em relação a este assunto, assim como também, subsidiar à população em geral na decisão da autodeclaração.

Metodologia

Para iniciar esta campanha formamos uma equipe intersetorial com participação de assessores do Gabinete, Comunicação, integrantes do Comité Técnico de Saúde da População Negra e demais grupos étnicos raciais e representantes da Escola Municipal de Saúde de São Paulo. A primeira fase da Campanha teve como público-alvo funcionários/as da saúde. As ações estratégicas foram: Pesquisa, Elaboração de Materiais Educativo, Capacitação e Avaliação das ações realizadas. Em primeiro lugar foi feita uma pesquisa no formato online para conhecer as dúvidas e resistências dos profissionais da saúde para perguntar aos usuários sobre o quesito raça /cor. Na sequência foi feita a 1ª OFICINA DE AÇÃO AFIRMATIVA DO QUESITO RAÇA/COR DA SMS DE DIADEMA para divulgar os resultados da pesquisa e aprofundar o debate sobre as dificuldades e desafios do município e do sistema de saúde em relação ao quesito raça/cor. Já os materiais de comunicação - GUIA DE ORIENTAÇÃO PARA PREENCHIMENTO DO QUESITO RAÇA/COR: “MINHA COR, MEU ORGULHO” cartazes para ser fixado em local visível material de apoio individual e cards – elaborados e distribuídos para as unidades trouxeram conteúdos para esclarecer dúvidas e servir de apoio para o preenchimento do quesito raça/cor/etnia nos formulários físicos e sistemas virtuais de informação do Sistema Único de Saúde (SUS) no município de Diadema. Após a oficina, foi feita uma nova avaliação com todos os funcionários para coletar opinião sobre estas ações e propostas.

Resultados

A pesquisa foi respondida por 240 trabalhadores da saúde, responsáveis pelo preenchimento do quesito raça /cor nos equipamentos da saúde. Na capacitação participaram além dos trabalhadores da saúde, pessoas de outras secretarias do município. Nas visitas feitas nos equipamentos da saúde percebemos que os materiais foram fixados em lugares visíveis e o guia está sendo usados pelos funcionários. Em todos os equipamentos da saúde já se está realizando de forma mais segura o preenchimento deste quesito. A avaliação foi realizada por todos os participantes da capacitação inclusive as pessoas de outras secretarias, as opiniões e propostas que fizeram revelam quão importante é ter realizado esta primeira fase da Campanha. Detectamos que o racismo estrutural permeia a vida tanto dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde, assim como dos usuários /as e que este se configura como racismo institucional uma vez que dificulta a efetivação de políticas públicas relacionadas com a questão étnico/racial.

Conclusoes

Consideramos que a pesquisa realizada foi uma ação fundamental como ponto de partida para conhecer a realidade sobre as questões étnicos raciais no município e na área da saúde. Também a avaliação que realizamos foi uma ferramenta fundamental para iniciar a segunda fase da campanha já que revelou o interesse pelo tema, a existência de dúvidas, preconceitos, desconhecimentos, ausência de dados e a falta de espaços para poder conversar sobre estes assuntos. A maioria das propostas e sugestões revelaram a necessidade de formação ou capacitação sobre a temática, incluindo a abordagem sobre assuntos como a saúde mental da população preta, diversidade sexual de pessoas pretas, cuidados de saúde produzidos pela sabedoria do povo preto (ancestralidade, benzedeiras, principais doenças que comprometem a população negra), Interseccionalidade, racismo cientifico, feminismo negro, fazer trabalho Inter secretarial, especialmente saúde e educação, divulgar os impactos da falta de informações da raça/cor nos sistemas de saúde, racismo institucional foram as propostas mais indicadas na avaliação. É necessário que a formação sobre os impactos do racismo estrutural e institucional na vida e saúde da população negra e indígena seja permanente na SMS

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