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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

Apresentação/Introdução:

Nos últimos anos, Carapicuíba investiu na estruturação da Atenção Básica com destaque para a expansão de 37 equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF). Amplamente reconhecida pela sua capacidade de compreender de forma mais abrangente o processo saúde-doença, a ESF orienta a organização do sistema de saúde nas práticas assistenciais com foco na promoção, proteção e recuperação da saúde. Salientamos o papel fundamental dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) que na prática das visitas domiciliares promovem a escuta e o acolhimento e permitem a sistematização de dados sociodemográficos/epidemiológicos fundamentais para formulação de políticas de saúde. Ressalta-se que, sendo morador da comunidade em que atua, o ACS transita entre os espaços de governo e comunidade, tendo uma relação mais próxima com a população que acompanha, o que favorece a construção de vínculos de confiança. Contudo, na rotina dos trabalhos alguns desafios podem limitar a atuação do ACS bem como suas potencialidades, refletindo na baixa produtividade, cabendo a gestão identificar, acompanhar e construir conjuntamente ferramentas de superação. A presente experiência analisou a prática de visitas domiciliares dos ACS em Carapicuíba em 2021 e início de 2022, observando produtividade aquém da esperada, além da baixa qualidade dos dados coletados. Foram realizadas rodas de conversa nas UBS, com todos os ACS para elaboração e execução de estratégias de ampliação de produtividade e melhoria da qualidade.

Objetivos

- Analisar a prática das visitas domiciliares dos ACS em Carapicuíba, ampliando o potencial de produtividade - Qualificar a abordagem dos indivíduos e das famílias pelos ACS durante as visitas de forma a favorecer o vínculo a partir do conhecimento do contexto familiar e do território e suas potencialidades e vulnerabilidades - Proporcionar melhoria na qualidade da assistência ao usuário com foco no acolhimento, resolutividade e impacto nas condições de saúde. - Padronizar o registro da produção das visitas domiciliares no sistema ESUS e a fidedignidade dos dados coletados.

Metodologia

Trata-se de um relato de experiência realizado em Carapicuíba-SP envolvendo ACS de todas as equipes. Foi realizado um levantamento da produtividade de visitas por ACS entre 2021 e abril de 2022, sendo identificada média de visitas de 25% mês abaixo do esperado e muito variantes entre ACS da mesma equipe, entre equipe da mesma UBS. A partir desse diagnóstico foram realizadas reuniões in loco da equipe de gestão em todas as UBS nos meses de abril, maio e junho de 2022, promovendo rodas de conversa com os gerentes das UBS e os ACS a fim de mapear o processo de visita domiciliar, desde a sistematização da rotina diária até a forma de registro desta produção no ESUS-prontuário eletrônico. Esta ferramenta de diálogo proporcionou a identificação de diversas práticas que estavam impactando na baixa eficiência de cada ACS. Partindo da avaliação crítica e reflexiva dos ACS, gerentes de UBS e gestores, levando em conta o protagonismo dos ACS, compreendendo suas fragilidades e potências, foram traçadas propostas de mudanças a fim de superar as dificuldades encontradas. Em conjunto, definiu-se como meta mínima o quantitativo de 240 visitas realizadas/ACS por mês, entendendo que a alta concentração demográfica do território permite o alcance de forma razoável. As principais dificuldades identificadas pelas equipes foram de âmbito logístico como deslocamento no território, organização de materiais e roteiro de visitas de âmbito de abordagem como estratégias de minimizar as recusas.