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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 1 - Lago dos Tigres

Modalidade

1

Temática

1

Estado

São Paulo

Cidade

São Paulo

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

CTA ITINERANTE DA CIDADE DE SÃO PAULO

Apresentação/Introdução:

A epidemia de HIV/ Aids atinge desproporcionalmente gays, travestis e pessoas transgênero, jovens, profissionais do sexo e usuários de drogas, pessoas com maior vulnerabilidade social e que também são vítimas frequentes de estigmas e preconceitos. O diagnóstico e tratamento precoce são estratégias importantes para quebrar a cascata de transmissão do vírus, portanto, estar nos locais de convivência e socialização dessas pessoas em horários ampliados é uma oportunidade de quebrar barreiras de acesso à prevenção no SUS e contribuir com o fim da epidemia do HIV no município. A proposta do CTA da Cidade consiste em um ônibus adaptado para o atendimento itinerante de prevenção ao HIV e outras ISTs em dias e horários diferenciados. Trata-se de uma estratégia inédita, pois oferta in loco todas as tecnologias de prevenção disponíveis nos serviços especializados e sem a barreira física da distância, que num município de proporções gigantescas como São Paulo pode ser limitante para muitas pessoas chegarem à unidade de saúde.

Objetivos

Diminuir as barreiras de acesso ao SUS pela população mais vulnerável ao HIV, vítimas frequentes de estigmas e preconceitos. Ampliar o acesso ao diagnóstico de HIV e outras ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) no município Reduzir o tempo entre o diagnóstico do HIV e o início da Terapia Antirretroviral (TARV), visando à carga viral indetectável, portanto intransmissível Ampliar o acesso ao tratamento das ISTs por meio de atendimento presencial e/ ou à distância via telemedicina. Ampliar o acesso às diferentes tecnologias de prevenção ao HIV, como PEP, PrEP, testagem rápida, autoteste, preservativos externos e internos, gel lubrificante Acessar os locais mais afastados do território e fora do horário de funcionamento dos serviços tradicionais, tornando o atendimento mais resolutivo e equânime.

Metodologia

A proposta do CTA da Cidade consiste em um ônibus adaptado para o atendimento itinerante de prevenção ao HIV e outras ISTs. O veículo se desloca pelo município com uma equipe de oito profissionais de saúde, oferecendo os mesmos serviços existentes nos outros nove CTA’s da Rede Municipal Especializada (RME) em dias e horários diferenciados (quinta-feira à sábado das 17h às 22h). São três dias seguidos no mesmo local levando informação, insumos e tecnologias de prevenção (como autoteste para HIV, PEP, PrEP, etc), além de testagem rápida, aconselhamento e tratamento quando pertinente. A Unidade também realiza exame rápido de função renal para início imediato da PrEP e oferta coleta para diagnóstico de clamídia e gonorreia. O tratamento para pessoas que recebem o diagnóstico de HIV e/ou ISTs no CTA da Cidade é prescrito no atendimento presencial ou via telemedicina pela plataforma e-saúdeSP. Os locais acessados pelo serviço itinerante são estrategicamente definidos para alcançar profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e travestis, jovens e usuários de drogas.

Resultados

Até o dia 30 de dezembro de 2022, o CTA da Cidade já havia atendido 1826 pessoas, sendo cerca de 20% para o início da PrEP, além de 29 diagnósticos de HIV (1,6% da população atingida). Nos locais de prostituição foram iniciadas 262 PrEP’s (39,7%), além de 158 diagnósticos de sífilis (23,9%), 23 de HIV (3,5%), 5 de hepatite C (0,8%) e 2 de hepatite B (0,2%). Já nas periferias, foram 91 diagnósticos de sífilis (7,8%), 6 de HIV (0,5%), 10 de hepatite C (0,9%) e 2 de hepatite B (0,2%), além de 131 PrEP’s (11,2%). Aproximadamente 7% das pessoas atendidas se identificaram como transgênero e/ou travesti. Destas, 86,5% são mulheres transgênero e 13,5% são homens transgênero. Nos campos de prostituição, o percentual de mulheres que se identificam como trans e/ou travestis chega a 16,6% da população atendida. Os resultados das coletas de clamídia e gonorreia mostram uma frequência de 3,6% de infecção anal por clamídia, 2% em amostra de urina e 2,6% de infecções demonstradas em orofaringe. Em relação à gonorreia, foi encontrada uma frequência de 9,9% de infecção gonocócica anal, 11,5% de infecção em orofaringe e 2,6% em amostra de urina. Todos os usuários diagnosticados com clamídia e/ou gonorreia foram atendidos e tratados no próprio CTA via Telemedicina ou encaminhados a Rede de saúde do município, já que os usuários também têm a opção de acessar os resultados via aplicativo e-saúdeSP e levar ao serviço de sua preferência.

Conclusoes

Parte dos usuários conhece a testagem e as profilaxias no CTA, enquanto outros, mesmo informados, só acessam devido à disponibilidade do serviço no território naquele horário diferenciado em relação às unidades tradicionais. O trabalho com os agentes de prevenção que são pares (gays, travestis e transexuais, jovens) facilita a divulgação e minimiza as resistências. Percebe-se ainda que a continuidade no mesmo local por três dias seguidos e o atendimento por telemedicina também favorecem a adesão das populações mais vulneráveis e elevam os diagnósticos. São muitos os desafios dentro de cada território e é primordial a incorporação de tecnologias que aumentam a resolutividade do atendimento, como teste rápido de função renal para PrEP, telemedicina, além do trabalho conjunto com os agentes de prevenção das unidades da RME. Esses diferenciais tornam as ações do CTA da Cidade mais efetivas e equânimes. É um trabalho que está em construção e cujos resultados iniciais já demonstram sua relevância para o SUS.

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