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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

Apresentação/Introdução:

A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, crônica e curável. Quando não tratada, evolui para estágios de gravidade variada, podendo acometer diversos órgãos e sistemas do corpo. Sua transmissão se dá principalmente por contato sexual contudo, pode ocorrer transmissão vertical para o feto durante a gestação.1 A sífilis congênita (SC) é a segunda principal causa de morte fetal evitável em todo o mundo, precedida apenas pela malária.2 É um agravo evitável, desde que a sífilis gestacional seja diagnosticada e tratada oportunamente. A maior parte dos casos de SC é decorrente de falhas na testagem durante o pré-natal, ou de tratamento inadequado ou ausente da sífilis materna.3 A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem como meta a redução da taxa de incidência de sífilis congênita (TISC), para 0,5 casos ou menos de SC para cada mil nascidos vivos.4 Segundo o boletim epidemiológico de sífilis, no Brasil em 2020, a TISC foi de 7,7/1.000 nascidos vivos.5 No mesmo ano, o município de Atibaia apresentou uma TISC, de 16,6/1.000 nascidos vivos, mais que o dobro da média nacional. A vigilância, o monitoramento, a ampliação da triagem e do tratamento das gestantes são fundamentais para o progresso em direção à meta de eliminação da SC. A partir de 2021, a gestão traçou um plano de trabalho com estratégias, metas e ações estruturadas e factíveis, com intuito de instrumentalizar a enfermagem, que estaria à frente da intervenção, e fortalecer a rede de saúde rumo à eliminação da SC.

Objetivos

A alta incidência de sífilis congênita no município de Atibaia evidenciou lacunas na prevenção, diagnóstico e tratamento das gestantes com sífilis na rede de atenção primária à saúde, bem como ineficiente monitoramento dos casos confirmados. A implementação de uma intervenção para redução da sífilis congênita no município visou propor estratégias para prevenir, diagnosticar, tratar e monitorar os casos de sífilis adquirida, sífilis em gestantes e sífilis congênita, bem como o acompanhamento das crianças expostas à sífilis durante a gestação, com adoção dos protocolos e diretrizes terapêuticas validados pelo Estado de São Paulo e Ministério da Saúde.

Metodologia

A intervenção focou principalmente no fortalecimento da vigilância epidemiológica (VE) e no envolvimento e responsabilização dos profissionais de enfermagem no diagnóstico e tratamento da sífilis. Foram realizados treinamentos e divulgação para toda a rede da deliberação CIB - 67, de 26-10-2017, que dispõe sobre protocolo diagnóstico e terapêutico para tratamento da sífilis adquirida e sífilis na gestação, realizado pela enfermagem, no Estado de São Paulo. A VE e apoiadores da atenção primária, realizaram visitas in loco nas unidades de saúde apresentando indicadores do município, com objetivo de lançar luz sobre a necessidade de mudanças no processo de trabalho. Foram realizadas aulas expositivas e dialogadas em reuniões com profissionais e gestores, destacando a relevância do teste rápido de sífilis para o diagnóstico e tratamento imediato das gestantes, bem como a importância do pré-natal do parceiro. Foi firmado acordo com laboratório municipal que se responsabilizou por comunicar todos os exames reagentes para sífilis à VE. Foi definido um profissional enfermeiro de referência na secretaria de saúde para apoio técnico dos profissionais, disponível para discussões de casos, articulação com outros níveis de atenção e apoio em busca ativa de faltosos. E por fim, a reestruturação e retomada do comitê municipal de mortalidade materna, infantil e fetal, e prevenção da transmissão vertical de HIV/sífilis.