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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 8 - Gruta Terra Ronca

Modalidade

1

Temática

1

Estado

São Paulo

Cidade

Catanduva

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

QUANDO A SAÚDE BUCAL BATE À PORTA

Apresentação/Introdução:

A Atenção Domiciliar é definida como uma modalidade de atenção à saúde, substitutiva ou complementar às já existentes, sendo um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção, tratamento de doenças e reabilitação em domicílio. São ações sistematizadas, articuladas e regulares possuindo o objetivo de: assistir ao paciente restrito ao lar, potencializar sua autonomia e ampliar o leque de possibilidades de intervenção em domicílio. Os princípios básicos, éticos e doutrinários do Sistema Único de Saúde são obedecidos na visita domiciliar. A integralidade, oferecendo atendimento ao usuário dentro dos três níveis de atenção a universalidade, inserindo o usuário incapacitado de se locomover à unidade de saúde para atendimento e a equidade, atendendo às necessidades dos que mais precisam de cuidados. Assim como o médico e o enfermeiro, o cirurgião-dentista tem competência para realizar visitas domiciliares e oferecer atenção em saúde bucal individual e coletiva às famílias7 , contrubuindo para a promoção e prevenção em saúde da população incapacitada de comparecer presencialmente. Essa é mais uma área de atuação odontológica a ser realizada pelo cirurgiãodentista, com ênfase multidisciplinar, em que se avalia o paciente como um todo e contribui na promoção de uma qualidade de vida saudável e funcional. O acolhimento e a humanização no atendimento dando o direito ao usuário em ser escutado, fortalecendo o vínculo entre a população e o serviço de saúde.

Objetivos

Atualmente a Usf. Sergio Banhos conta com 26 indivíduos que necessitam do acompanhamento domiciliar, alguns por idade avançada e outros por comorbidades. Para estes pacientes, há vários obstáculos no acesso aos serviços de saúde odontológicos, incluindo a resistencia por parte dos pacientes e cuidadores que alegam: “não tem dentes, não precisa de dentista”. Demonstraremos como se dá o acompanhamento de pacientes restritos e acamados da Usf, realizando ações no domicílio como: busca ativa precoce de lesões bucais cancerizaveis ou não, vigilância em saúde bucal, educação em saúde oral, exodontias, acesso a canal radicular para remoção da dor dentária, entre outros, aumentando assim a interação do cirurgião- dentista com a equipe e a adesão da população ao acesso de odontologia domiciliar, para proporcionar atendimento multiprofissional também para pacientes que não podem comparecer presencialmente à unidade de saúde.

Metodologia

Nas residências de usuários acamados ou restritos, como idosos, ou adultos vítimas de doenças ou acidentes, para familiares e cuidadores e para aqueles restritos, semi-dependentes, sempre levando em consideração os conhecimentos e crenças prévias, a fim de encontrar a melhor maneira para persuadir em realizar os cuidados bucais foram realizadas: orientações de higiene bucal, escovação dentária e protética, uso de fio dental, exame clínico minucioso para verificar presença de lesões bucais e/ou câncer bucal, bem como, necessidade de tratamentos como exodontias, restaurações, endodontias e periodontia. Houve agendamento prévio anual em que cada profissional iria comparecer à casa do paciente, e essa programação foi entregue aos cuidadores seguido de orientação da equipe e dos agentes comunitários de saúde. Sendo assim, cada familiar já estava ciente da visita de qual profissional iria receber e casos de urgencia como dor de dente ou outros, o cuidador era ciente que que deveria comunicar a equipe para que o profissional pudesse intervir o mais breve possível. Em cada atendimento domiciliar, o paciente é visto como um todo, realizamos inclusive aferição de pressão arterial e aferição de glicemia capilar prévio aos procedimentos, quando necessário, para viabilizar execução dos procedimentos com segurança para o paciente e para a profissional.

Resultados

O protocolo de Atenção Domiciliar Odontológica trouxe resultados positivos havendo melhoria na atenção à saúde de uma parcela da população que normalmente não teria acesso aos serviços odontológicos prestados. Há a necessidade de atuação constante do cirurgião-dentista em ambiente domiciliar pois as visitas possibilitaram, incentivo ao empoderamento para o autocuidado de pacientes e cuidadores, humanização da atenção e fortalecimento do vínculo profissionalfamília. Ampliamos o acesso de saúde bucal aos pacientes acamados e restritos ao lar como podese observar nos gráficos a seguir e que a maior parte populacional restrita e acamada pertencente à equipe, recebeu no mínimo um atendimento domiciliar e a outra parte, ou pertence a grupo resistente de cuidadores que recusam o atendimento odontológico alegando que “ não precisa, porque não tem dentes” ou são os novos cadastrados em que ainda não houve tempo hábil para realizar o primeiro atendimento domiciliar. A odontologia domiciliar é um campo a ser explorado, com foco no usuário e que sim, é possível mesmo sem grandes tecnologias atender esse nicho de pacientes por tantas vezes esquecidos, com qualidade e humanização, seja reabilitando, removendo a dor, ou orientando e previnindo futuros problemas bucais e sistemicos que podem ser causados pela falta de higiene oral. Houve conscientização populacional de que mesmo usuários edentulos necessitam também de avaliação odontológica preventiva.

Conclusoes

Quando o atendimento domiciliar é incorporada no processo de trabalho de forma periódica, provoca aproximação com os sujeitos e com a realidade do usuário. Os cuidadores também precisam ter espaços de escuta e de apoio, com dispositivos de educação, para que produzam compromisso e potência no agir. É necessário priorizar e planejar o atendimento domiciliar de acordo com as necessidades particulares, para isso, a equipe precisa levantar as prioridades e potencializar a visita domiciliar por meio do planejamento prévio e discussão de casos nas reuniões, com isso, constroe-se um plano terapêutico conjunto com o usuário, em que as diferentes demandas sejam atendidas pelos diferentes saberes, tornando-se necessária a avaliação dessas ações e percepções da equipe de saúde. Produzimos o cuidado em saúde bucal em um ambiente complexo e múltiplo em desafios e potencialidades com práticas além do ambiente da unidade de saúde, com um olhar atento para as demandas da população, vistas à integralidade, equidade e resolubilidade dos problemas, garantindo efetivamente o acesso à saúde, em todo seu contexto biopsicossocial, com priorização e sistematização das ações, consolidando o papel do dentista nas ações da Usf.

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