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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 17 - Pequi

Modalidade

1

Temática

1

Estado

São Paulo

Cidade

Sorocaba

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

PROJETO ADOLESER: ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA, ESPAÇO DE RESPONSABILIZAÇÃO SOCIAL

Apresentação/Introdução:

A politica de Atenção ao Adolescente e o ECA partem do princípio de que o adolescente necessita de proteção e um ambiente seguro para desenvolver suas potencialidades, englobando todos os setores e potencialidades disponíveis no território adscrito para proporcionar o cuidado e proteção ao adolescente, nessa fase tão crucial no desenvolvimento físico e psicossocial do adolescente. Envolver os profissionais de saúde, a comunidade e os equipamentos do território, é tornar mais efetiva a abordagem, o cuidado e proteção do adolescente, e oferecer um espaço de convivência, educação em saúde, cidadania e desenvolvimento de potencialidades e construção de Projeto de Vida. Localizado na região leste da cidade de Sorocaba- SP, o Bairro Aparecidinha conta com uma população de aproximadamente 16.000 pessoas.Sua população é composta por grande número de crianças, adolescentes e adultos jovens. Apesar de contar com quatro escolas e creches , não há no bairro um local onde esses adolescentes possam ficar no período em que não estejam na escola. Por entender que a saúde abrange vários segmentos, e uma vez que o bairro conta com uma equipe ESF atuante e comprometida com o território, a Unidade em parceria com a comunidade abraçou a ideia de constituir um espaço diário, com seis horas de funcionamento, para receber adolescentes e pré-adolescentes residentes no bairro, e que estivessem matriculados regularmente na escola.

Objetivos

-propiciar espaço de convivência do adolescente - promover o cuidado e proteção do adolescente, envolvendo a comunidade e território no cuidado - construção de Projeto de Vida (“vir a ser”)

Metodologia

O grande impulso surgiu por parte de duas agentes comunitárias de saúde, ambas com 20 e 18 anos de atuação no território, que sentiam a necessidade de oferecer algo mais às famílias e a esses adolescentes. Sentiam-se comovidas e incomodadas pelas condições limitantes que esses adolescentes conviviam rotineiramente. Em fevereiro de 2019 iniciamos a procura pelo espaço que pudesse abrigar esses adolescentes. Conseguiu-se uma casa próxima à Unidade de Saúde cedida por uma moradora do bairro. A casa precisava de reparos, e iniciou-se outro processo de conseguir ajuda com os comerciantes do bairro que nessa etapa contribuíram com o material de construção, com a doação de mão-de-obra nos finais de semana. Organizou-se bazares da pechincha, bingos e uma tarde da pizza, tudo com doações da comunidade, visando arrecadação para compra de cadeira, mesas, quadro branco, e mobiliários. Professores doaram livros escolares e de leitura. Todo esse processo de reforma, locação, arrecadação de doações durou quatro meses (fevereiro a junho/19). Em maio começou-se a busca pelos voluntários que atuariam no projeto. Todos os voluntários são moradores do bairro, ou têm algum vínculo com o bairro (trabalham, foram indicados por outros moradores) e também conseguimos a participação de uma Universidade da cidade, do curso de Enfermagem, que cumprem estágio no projeto e no momento desenvolvem o trabalho de Projeto de Vida, baseado no Projeto Vale Sonhar.

Resultados

Atualmente conta com 37 adolescentes matriculados e uma lista de espera de 11, 10 voluntários, 10 apoiadores. Contamos com atividades de reforço escolar lutas marciais incentivo à leitura informática artesanato teatro Projeto de vida Vale Sonhar. Os Apoiadores revezam por escala limpeza, abertura e fechamento do projeto ofertas de lanches. As ações de arrecadação continuam mensalmente com bazares da pechincha, rifas e doações dos trabalhadores da Unidade e comunidade. O projeto constituiu-se num grande aprendizado para todos os envolvidos, particularmente os profissionais, voluntários, pois exigiu revisão de conceitos, atualização de linguagem, formas de abordagem e mesmo nos momentos de frustração e cansaço, obrigou a troca de experiências e dos saberes entre os diversos atores envolvidos. A comunidade abraçou a causa, capitaneadas pelas agentes comunitárias, moradoras antigas do bairro, e que costuraram todo o processo, que divulgaram e agregaram novos voluntários e apoiadores. Sendo um espaço de convivência, natural que conflitos apareçam, principalmente entre crianças e adolescentes, mas a criação de uma rotina diária, o reforço positivo de ações coletivas, a convivência com as diferenças, tornam esses adolescentes mais independentes e seguros, com maior facilidade de exprimir suas angústias e frustrações, e resolução de conflitos sem a necessidade de intermediação dos adultos e principalmente o desenvolvimento da solidariedade entre eles.

Conclusoes

A concretização do projeto adoleSER demonstrou a todos os envolvidos que a responsabilização do território dentro da ESF, significa não somente o enfoque no cuidado físico e na saúde biológica do indivíduo, mas em toda a sua complexidade como ser humano. Direcionar a atenção,o cuidado e ações para os grupos mais vulneráveis também é papel da ESF. A escolha do trabalho com adolescentes foi o desejo de agentes comunitárias atuarem como transformadoras de uma realidade tão conhecida por elas. Diante de um cenário problemático, essas agentes de saúde, juntamente com os profissionais da Unidade de Saúde e comunidade, visualizaram e sonharam com o futuro, o vir a ser desses adolescentes que precisam de orientação e proteção. Esse projeto nasceu do desejo de trabalhadores e moradores do bairro em criar um espaço para adolescentes na faixa etária de 10 a 15 anos, que estejam matriculadas regularmente na escola em horário de contra-turnos. O Projeto permanece em recesso desde a pandemia abril 2020, porém com previsão de reorno no segundo semestre 2023. “

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