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inscrito na 18ª Mostra Brasil Aqui Tem SUS

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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 9 - Pedras de Paraúna

Modalidade

1

Temática

1

Estado

São Paulo

Cidade

Bragança Paulista

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

CAMINHOS POSSÍVEIS PARA A PRECEPTORIA NO SUS: A EXPERIÊNCIA DE BRAGANÇA PAULISTA - SP

Apresentação/Introdução:

Ao Sistema Único de Saúde (SUS), além de outras atribuições, compete a ordenação da formação de recursos humanos na área da saúde, conforme artigo quinto, inciso terceiro da Lei n⁰ 8080/1990. Com a criação do SUS, a saúde no Brasil sofreu fortes mudanças no modelo de atenção que passou a ser voltado à integralidade do cuidado e a promoção da saúde, requerendo mudanças no perfil de formação e prática dos profissionais, trazendo novos desafios às instituições de ensino em promover a formação de profissionais generalistas e humanistas, tendo o SUS como cenário de ensino-aprendizagem. Encarregado de formular políticas de gestão, formação, qualificação e regulação das profissões da saúde, o Ministério da Saúde trouxe como principais iniciativas, a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), o Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-SAÚDE) e o Contrato Organizativo de Ação Pública Ensino-Saúde (COAPES), cujo elemento articulador se centra no incentivo à preceptoria e a formação de preceptores. Neste contexto, Bragança Paulista - SP, sede da Região de Saúde de Bragança, com população estimada em 172.346 habitantes e coordenador do COAPES Regional, criou o Programa de Preceptoria e Supervisão em Atividades de Estágio e Internato a fim de definir as atribuições do preceptor, a percepção de valores indenizatórios por contribuição científica, bem como fortalecer o processo de ensino-aprendizagem, segurança do paciente e a qualificação dos profissionais

Objetivos

Apresentar os resultados da operacionalização do Programa de Preceptoria e Supervisão em Atividades de Estágio e Internato exercidas por estudantes de instituição de ensino superior na área de saúde pública do Município de Bragança Paulista - SP, a partir da Lei Municipal nº 4.656, de 26 de março de 2019, que estabelece as práticas da preceptoria.

Metodologia

Com a assinatura do COAPES Regional em 2016, o incentivo à preceptoria e a formação de preceptores foi incluído nas diretrizes estabelecidas, de modo que essas atividades fossem difundidas no território. Desde então tem-se incentivado a formação de preceptores com a indicação de cursos, presencial (Iep Sírio Libanês) e on-line (Abem, Una-SUS) facilitando a formação de profissionais para a preceptoria. Além disso, após discussões e estudos sobre a temática, foi sancionada a Lei Municipal nº 4.656, de 26 de março de 2019 que instituiu o Programa de Preceptoria e Supervisão em Atividades de Estágio e Internato exercidas por estudantes de instituições de ensino superior na área da saúde na Rede Pública de Saúde do Município de Bragança Paulista. Com o Programa foi possível estabelecer parcerias com instituições de ensino participantes do COAPES para a melhoria da qualidade da formação e qualificação dos profissionais de saúde, assim como na promoção de melhorias na resolutividade da atenção à saúde, no desenvolvimento de novos modelos assistenciais, na produção do conhecimento com investigações e pesquisas pautadas em princípios éticos e em consonância com os interesses do ensino e saúde. O ato permitiu ainda, que fossem estabelecidas as diretrizes para a prática da preceptoria, definindo as atribuições do preceptor, a percepção de contribuição científica, a necessidade de seleção pública, bem como o número máximo de horas de supervisão e estudantes permitidos.

Resultados

Analisando o período compreendido entre os anos de 2020 e 2022, bem como o primeiro semestre de 2023, nota-se a inserção de preceptores dos Cursos de Graduação em Enfermagem, Fisioterapia, Medicina e Odontologia, com atividades em serviços de Atenção Primária à Saúde, Atenção Especializada e Urgência e Emergência. Cada preceptor fica responsável por no máximo 5 estudantes a cada período, e atua em parceria com o docente responsável pela disciplina/componente curricular do curso. Mensalmente, esses profissionais percebem valores de natureza indenizatória estritamente vinculada ao desempenho da atividade de preceptoria. Semestralmente, totaliza-se em média, atividades de 9 preceptores e 80 horas de atividades semanais, o que equivale a aproximadamente 5% do percentual de atividades de estágio desenvolvidas em cenários de prática do município. Dentre os desafios observados durante a operacionalização do Programa, destacam-se as dificuldades iniciais de integração e parceria entre docentes e preceptores, sugerindo uma possível disputa de mercado. Por outro lado, a proposta se mostra potente uma vez que tem facilitado e ampliado o acesso precoce e diversificado dos estudantes de diferentes cursos da área da saúde ao SUS, além incentivar e promover a qualificação de profissionais para a preceptoria, bem como o seu reconhecimento e contribuição científica por sua atuação.

Conclusoes

Dado o exposto, é notório o reconhecimento que tem sido dado a preceptoria e a formação de preceptores no município. Tal iniciativa deve ser valorizada, visto a resistência que se verifica à participação desses profissionais na formação no/para o SUS, tornando-se um dos grandes desafios para a integração ensino-serviço-comunidade (IESC). É compreensível, no entanto, que restem arestas acerca do programa e sua estruturação, uma vez que ele se iniciou oficialmente há pouco mais de dois anos, e nesse período partilhou dos retrocessos acarretados pela pandemia de COVID-19. Enfim, considera-se que os preceptores têm papel fundamental na formação no/para o SUS sendo necessário que as instituições de ensino lhes confiram os elementos necessários para as transformações das práticas de formação e assistência no SUS, ou seja, torna-se fundamental que se estabeleçam os papéis e objetivos da preceptoria no SUS, especialmente nos territórios em que se almeja a IESC.

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