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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 2 - Rio Araguaia

Modalidade

1

Temática

Estado

Paraíba

Cidade

Bom Jesus

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

MEDIDA SANITÁRIA APLICADA AO CONTROLE DATRANSMISSÃO DA LEISHMANIOSE ANIMAL NO MUNICÍPIO DE BOM JESUS

Apresentação/Introdução:

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença infecciosa sistêmica de caráter zoonótico que pode acometer várias espécies de mamíferos, inclusive o homem (LISBOA et al., 2016 OLIVEIRA, 2019). O principal agente etiológico identificado no Brasil é a Leishmania chagasi, sendo transmitida através da picada de inseto hematófago fêmea infectada da espécie Lutzomya longipalpis e L. Cruzi, popularmente chamado de “mosquito palha”, “birigui” ou “cangalhinha” (LISBOA et al., 2016 OLIVEIRA, 2019 PARAÍBA,2019). A doença pode apresentar diferentes formas clínicas, como a evolução de úlceras cutâneas no caso da Leishmaniose Tegumentar (LT), ou de maneira sistêmica, como a Leishmaniose Visceral (LV). Considera-se ainda que no território urbano, o cão doméstico (Canis familiaris) é o principal reservatório devido a sua alta susceptibilidade à infecção, ao grande parasitismo cutâneo e a sua presença nas residências, tornando-se assim uma fonte de infecção (LISBOA et al, 2016 PARAÍBA, 2019 SILVA, 2019). O município de Bom Jesus encontra-se localizado estrategicamente em uma região do estado caracterizando-a como uma região endêmica. A partir dessa configuração do comportamento epidemiológico da doença no território urbano, o município de Bom Jesus – PB implantou em 2013 o Inquérito Canino Sorológico aplicado ao controle da Leishmaniose Canina, visando controlar a infecção nos animais evitando dessa forma, a transmissão para os seres humanos.

Objetivos

• Controlar a circulação de cães soro-reagentes no perímetro urbano • Reduzir o número de casos de Leishmaniose em humanos • Minimizar os riscos sanitários de transmissão da LV no municípios.

Metodologia

O presente estudo foi implantado há dez anos no município de Bom Jesus-PB localizado no alto sertão paraibano. A princípio ocorreu um mapeamento das principais áreas de risco e de vulnerabilidade da cidade e, a partir dessa estratificação as ações que competem ao Inquérito Canino Sorológico são executadas. O município é estratificado em quatro zonas de coleta, sendo realizada dez coletas por semana desse modo, as quais são realizadas de forma aleatória ou sob solicitação do tutor. Os dados dos animais são inseridos em um roteiro de campo contendo a identificação do animal, endereço e tutor. Essas ações se distribuem entre atividades de campo e de laboratório. A coleta ocorre em cão suspeito ou em os animais errantes, já que estes animais oferecem risco de transmissão da doença. O processo de triagem sorológica (TR) é realizado a campo sob condições assépticas e se dá através da punção venosa em cão suspeito, utilizando seringa estéril 3ml, alcançando resultado final após 10 minutos. No laboratório é executado o processamento do material biológico do cão que apresenta resultado Reagente a partir do TR-LVC e encaminhado para o LACEN-PB

Resultados

Os exames ofertados a população é o Teste Rápido para Leishmaniose Canina (TR-LVC) e teste sorológico imunoenzimático (ELISA), cuja metodologia se baseia em reações antígeno-anticorpo detectáveis de reações enzimáticas, exame comprobatório de contraprova. Após o TR-LVC, os animais com resultado Não Reagentes são considerados imediatamente sadios. Contudo, aqueles que apresentam resultado Reagente serão submetidos ao exame comprobatório de contraprova ELISA. Dessa forma, o soro é acondicionado em eppendorf 2ml mantido sob refrigeração e encaminhado ao LACEN-PB via Guia de Ambiente Laboratorial – GAL para realização de teste sorológico. O município realiza uma média mensal de 12 TR-LVC em animais suspeitos, sendo identificados cerca de 2 animais Reagentes. Através do acesso ao GAL o Departamento de Vigilância Ambiental localiza os animais em seus respectivos endereços, apresentando assim o resultado de exame aos tutores. Nas situações em que o resultado do ELISA seja Não Reagente, significa que o animal não está acometido pela doença. Caso o resultado de ELISA seja Soro Reagente comprova-se que o cão está infectado, sendo neste caso orientado as medidas sanitárias de controle, manejo ou eutanásia, obedecendo o Código de Sanidade Animal.

Conclusoes

O presente Inquérito Canino permitiu melhorar a situação epidemiológica e ambiental sob a presença da doença entre os seres humanos como também no controle da circulação de animais positivos em especial no perímetro urbano. De acordo com os dados apresentados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) o último caso notificado pelo município foi em 2015 não ocorrendo nem um outro nos últimos anos. O Inquérito Canino Sorológico aplicado ao controle da Leishmaniose Canina, visa controlar a infecção nos animais evitando dessa forma, a transmissão para os seres humanos como uma medida de controle da doença aplicada à Vigilância em Saúde.