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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 1 - Lago dos Tigres

Modalidade

1

Temática

Estado

Rio de Janeiro

Cidade

Vassouras

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

O FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO À SAÚDE DO HOMEM COMO DISPOSITIVO DE ANÁLISE DAS PRÁTICAS NA AB

Apresentação/Introdução:

Sabemos que a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem/2009 ainda reverbera muito pouco nas práticas cotidianas de saúde, tendo em vista sua recente inserção no campo e as ainda proeminentes interferências de lógicas patriarcais e machistas na saúde coletiva. Frente a esta questão, a Assessoria de Saúde do Homem do Município de Vassouras, junto à coordenação de Atenção Básica e o Grupo de Trabalho de Saúde dos Homens, criou um Protocolo e Fluxograma de atendimento à população masculina baseados nos eixos estruturantes da PNAISH, com vistas a respaldar e nortear o trabalho das esquipes de saúde da família. O fluxograma se constitui partindo de sete (07) públicos alvos específicos, quais sejam: pré-natal do parceiro, alteração de pressão arterial e glicemia, uso abusivo de álcool e/ou outras drogas e sofrimento psíquico, suspeita ou confirmação de violência, usuário sem queixas, usuário tabagista e abordagem em saúde sexual e reprodutiva. A partir desses públicos alvos são estabelecidas ações e condutas que privilegiam estratégias de acesso e acolhimento do usuário, bem como um olhar integral em saúde, compreendendo o homem como um sujeito generificado e os usuários em suas singularidades. Desta forma, criamos um calendário de reuniões com as unidades de saúde para apresentar o fluxograma e problematizar o trabalho das equipes junto à população masculina, partindo das ações e condutas apresentadas no documento e dialogando com as práticas já instituídas nas UBS.

Objetivos

Objetivo Geral: Apresentar o fluxograma de atendimento à saúde do homem às unidades de saúde como um dispositivo de reflexão das práticas de saúde dirigidas a esse público, permitindo, com isso, a ativação de novos modos de cuidado que garantam acesso e acolhimento deste público que historicamente, por uma série de razões, encontra-se afastado das lógicas de prevenção e promoção ofertadas pela atenção básica. Objetivos Específicos: Implementar o fluxograma de atendimento à saúde do homem nas unidades básicas de saúde Garantir acesso e acolhimento dos homens nas unidades Promover espaços de discussão e educação em saúde sobre saúde do homem com as equipes de saúde da família Favorecer uma atenção integral à saúde dos homens fundamentada na perspectiva de gênero e nos modos singulares de exercer a masculinidade Fomentar um olhar atento à paternidade ativa como estratégia de melhoria da saúde de homens, mulheres e filhas(os).

Metodologia

Com o objetivo de efetivar o fluxograma de atendimento à saúde do homem junto às equipes de saúde da família, construímos um calendário de reuniões em cada unidade de saúde convidando todos os profissionais das equipes. Desta forma, partimos de uma discussão específica sobre gênero e sexualidade para apresentar a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, partindo de seus eixos norteadores e, em seguida, nos utilizamos da fisicalidade do fluxograma como dispositivo para pensar as práticas já realizadas pelas equipes. A partir disto, problematizamos conjuntamente essas práticas, bem como as condutas estabelecidas no fluxograma. Seguindo uma estratégia dialógica, vamos tecendo possibilidades de atuação frente aos limites impostos pelo cotidiano do trabalho. Além de um espaço de discussão, também tentamos acolher as angústias dos trabalhadores que se aguçam no trabalho vivo em saúde. Nessa medida, a partir da forma mais dura do fluxograma, tentamos interferir nas tecnologias leves das práticas, sendo estas: a linguagem e o acolhimento dos usuários. Ressaltamos que as reuniões se iniciaram no mês de março/2022 após aprovação do protocolo e fluxograma de atendimento à saúde do homem pelo Conselho Municipal de Saúde/Vassouras.

Resultados

Até o momento já nos reunimos com nove (09) unidades de saúde e é possível observar que temos conseguido mobilizar e sensibilizar as equipes quanto à temática, visto que todas, até o momento, já estão estabelecendo horários noturnos de atendimento e fomentando algumas ações para melhorar o atendimento de homens grávidos (pré-natal do parceiro) nas unidades. Conseguimos perceber, também, que as equipes têm colocado em análise algumas posturas machistas que vinham reproduzindo até então e atentando às estratégias de acesso e acolhimento desses homens nas unidades de saúde. Cabe ressaltar que tal ação também conta com a participação de estagiários do curso de psicologia da Universidade de Vassouras, o que, de certa forma, também leva a discussão ao espaço de formação profissional. Desta forma, compreendemos que a ação, mesmo que em seu início, está criando inflexões e análises que têm promovido desvios e transformações nas práticas estabelecidas.

Conclusoes

Percebemos, nesse processo de trabalho, que podemos garantir uma melhora do atendimento à saúde do homem através de instrumentos norteadores das práticas que sirvam como dispositivos de reflexão do cotidiano de trabalho. Fomentar um coletivo de discussão desse tema específico em cada unidade de saúde é uma potente ferramenta de transformação das práticas, já que não podemos pensar o trabalho na saúde coletiva de maneira individualizada e/ou especializada, mas aberto a ampliações dos olhares e integralização dos fazeres. Desta forma, intentamos conseguir não apenas implementar um fluxograma, mas suscitar uma compreensão de que para produzir saúde integral, é necessário discutir e pensar em grupo nossos limites e possibilidades de atuação. Sendo assim, a saúde do homem insurge como importante estratégia de se pensar acesso, acolhimento e redução das desigualdades e violências de gênero. Daremos continuidade às reuniões que estão previstas para serem encerradas em junho/2023 e planejamos construir um calendário de educação permanente com as equipes de saúde da família para garantirmos a continuidade das discussões coletivas e desconstruções de estereótipos e paradigmas que insistem em nos acompanhar.

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