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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 6 - Parque das Emas

Modalidade

1

Temática

7

Estado

Mato Grosso

Cidade

Diamantino

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

IMPLANTE HORMONAL ANTICONCEPCIONAL NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE: ESTRATÉGIA DE PLANEJAMENTO FAMILIAR

Apresentação/Introdução:

No Brasil, desde a implantação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), elevaram-se as ações para melhorar a qualidade da atenção a saúde da mulher. Isto levou vários serviços públicos de saúde a oferecerem, pelo menos uma ação educativa às mulheres que os procuram para solicitar métodos anticoncepcionais, além disso, desde a implantação do planejamento familiar, é direito de todo cidadão o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Os estudos tem evidenciado associações entre a gestação precoce e situações como a desigualdade social e econômica, ademais outros tipos de vulnerabilidades, como o uso frequente de álcool e drogas. Também é importante considerar que a oferta de contraceptivos permite aos programas de planejamento familiar e demais programas de saúde reprodutiva melhorar a qualidade de seus serviços e atender melhor as necessidades da clientela. Nessa perspectiva, o município de DIAMANTINO/MT, destacou-se por ser o primeiro do estado a ter a iniciativa de criar um projeto que introduzir na rede pública de saúde a oferta e inserção do implante subcutâneo liberador de etonogestrel, sendo este um método moderno, sofisticado e eficaz no que tange o atendimento à mulher dentro do Programa de Planejamento Familiar, a fim de reduzir o risco de morbidade gestacional e neonatal e o dano social.

Objetivos

Diminuir a incidência de gestação não planejadas entre as mulheres em idade fértil em situação de vulnerabilidade social e clínica do Município de Diamantino-MT através do uso de Implante hormonal anticoncepcional.

Metodologia

A iniciativa de intensificar as ações de planejamento familiar se deram a partir do ano de 2022 após análises dos altos índices de gestação na adolescência, indesejadas e/ou de risco no município de Diamantino-MT. O município possui a população feminina estimada de 10.821 mulheres em idade fértil, destas 1.577 estão entre a faixa etária de 10 a 19 anos. Nesse sentido, idealizou-se proporcionar na rede pública de saúde, um contraceptivo com alta taxa de adesão, alta eficácia, pouco invasivo e de longa duração através do implante subcutâneo liberador de etonogestrel. A proposta foi apresentada ao gestor municipal que apoiou e aprovou a ação, autorizando a aquisição do método inovador a fim de introduzi-lo nas ações de planejamento familiar da Atenção Primária a Saúde (APS). Os profissionais Médicos e Enfermeiros vinculados as 09 Estratégias de Saúde da Família (ESF) do município foram capacitados para inserção do implante hormonal anticoncepcional e acompanhamento das pacientes. A princípio o município ofertou o benefício para 400 mulheres elegíveis de acordo com critérios criados e publicados via portaria municipal. Além disso, foi estabelecido um fluxo de atendimento e avaliação através da equipe da APS e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) dando ênfase aos atendimentos a mulher, verificando a indicação do método, orientando-as de forma continuada antes e após adesão ao método.

Resultados

O projeto de inserção do Implante hormonal anticoncepcional pode ser considerada uma estratégia bem sucedida para o município de Diamantino-MT uma vez que esta ação vem proporcionando uma redução nos índices de gestações não planejadas, principalmente na população de mulheres adolescentes, de baixa renda e vulnerabilidade social. Considerando que o município possui 100% de cobertura da Atenção Primária a Saúde, foram disponibilizadas em média 44 implantes hormonais anticoncepcional entre os 09 ESF, que encontram-se localizadas em 09 bairros distintos. Dentre os resultados que mais impactaram, destaca-se o de duas pacientes mãe e filha, que buscaram pelo método e após avaliação com a equipe da APS, estavam aptas a inserir o implante hormonal juntas, haja vista que a primeira apresentava histórico de 4 gestação anteriores e a segunda era adolescente com histórico de 2 gestação e um aborto, ambas em vulnerabilidade social. A população mais prevalente a adesão ao método foram de adolescentes e multíparas com histórico de 4 gestações em vulnerabilidade social. As orientações sobre vantagens e os possíveis eventos adversos de cada método foram realizadas pela equipe de Médicos e Enfermeiros, incluindo a orientação do fluxograma de acesso às unidades de referência. Os resultados positivos dessas ações voltadas a saúde da mulher tem refletido também na elevação dos quatro primeiros indicadores de saúde de programa Previne Brasil onde o município apresenta resultados crescentes.

Conclusoes

Tem sido um desafio para os gestores e coordenadores de saúde encontrar estratégias de melhoria e ampliar o acesso aos métodos contraceptivos que auxiliam no planejamento familiar, fazendo com que estes possam impactar positivamente nos índices de gestações indesejadas. Faz-se imprescindível o envolvimento das equipes de saúde nesse processo de implantação, triagem, avalição e monitoramento na ação. Avaliando a adesão da população a proposta da ação, observou-se que apesar dos tabus e falta de informação sobre novo método contraceptivo de implante hormonal, houve adesão e satisfação por grande parte das mulheres, principalmente entre as adolescentes e multíparas. Sendo assim, o alcance do êxito da estratégia aplicada no município de Diamantino-MT partiu do comprometimento e envolvimento dos profissionais de saúde, desde a APS até as redes especializadas de cuidado que atuaram de forma qualificada e empenhada diante das ações inovadoras, levando informações e desmistificando o método contraceptivo de implante hormonal, sendo possível o alcance coletivo de um cuidado longitudinal, equânime e resolutivo pautados na promoção e proteção da saúde da mulher e sua família.

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