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Dados do Projeto

Sala de Apresentação

Sala 3 - Serra Dourada

Modalidade

1

Temática

8

Estado

Mato Grosso

Cidade

Campos de Júlio

Descrição da experiência - resumo do projeto

Título Experiência:

OFICINA DE ESTIMULAÇÃO INFANTIL: UMA PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO

Apresentação/Introdução:

Um tema muito presente nos atendimentos infantis é o atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM), que se refere as crianças que apresentam algum tipo de atraso na aquisição de habilidades no desenvolvimento como comprometimento motor, de linguagem, cognição ou social. Alguns diagnósticos como Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Deficiência Intelectual (DI), entre outros, são exemplos. Para a saúde esse público representa um quantitativo significativo dos atendimentos e que segue em expansão, com o agravante em municípios de pequeno porte, que tem o difícil acesso a grandes centros onde, geralmente, estão os especialistas. O atendimento precoce e especializado pode contribuir para um melhor prognóstico e com reflexos nos diferentes contextos como: familiar, social e escolar. Pensando nisso foi elaborado o Projeto de Estimulação Infantil “Uma Proposta de Integração”, desenvolvido no Centro de Especialidades Municipal Bem Viver, pela Fonoaudióloga e Psicóloga, desde agosto de 2022, tendo como público-alvo crianças com atraso no DNPM em investigação ou com diagnóstico confirmado, que eram atendidas individualmente e com a necessidade da estimulação em outros contextos. A busca de soluções criativas se fazem necessárias para atender as crianças e suas famílias, incluindo o lúdico como forma de estimulação e fortalecimento de vínculos familiares e sociais.

Objetivos

Objetivo Geral: Fortalecer os vínculos familiares e sociais de crianças com atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor. Objetivos Específicos: • Instrumentalizar as famílias para continuidade de estimulação no âmbito familiar • Fortalecer o caráter terapêutico e educativo • Contribuir com a promoção da inclusão, generalização dos repertórios ganhos no contexto clínico para o contexto grupal/social.

Metodologia

Foi realizado levantamento quantitativo de crianças que estavam em fila de espera e em atendimento por queixa de atraso no DNPM da fonoaudióloga e psicóloga. A partir disso, apresentou-se a gestão da Secretaria Municipal de Saúde a relação e sugeriu-se a proposta de atendimento em nova modalidade, a oficina de estimulação infantil com pais e filhos. A oficina foi organizada em eixos temáticos, tendo como divisão as habilidades que se encontravam prejudicadas: coordenação motora estimulação sensorial motricidade orofacial e linguagem e habilidades sociais. Ocorrendo em cada fechamento de ciclo uma roda de conversa para feedback e orientação com os responsáveis. Salienta-se que as crianças participantes já eram atendidas e foram avaliadas dentro dos critérios: ter diagnóstico ou estar em investigação de atraso um responsável com disponibilidade não apresentar auto ou heteroagressão. Pensando nesse desenho, foi preparada uma sala sem estímulos visuais, planejamento de materiais e convite as famílias. Os atendimentos em grupo ocorreram semanalmente, divididos por faixa etária e horário escolar, de no máximo cinco crianças, sendo um com faixa etária de 1 a 3 anos e dois de 4 a 5 anos. Os instrumentos utilizados foram a ficha de anamnese com os dados pessoais, dificuldades e tratamentos realizados. Ao final, foi elaborada cartilha contendo as estratégias utilizadas, possibilitando as famílias referência para elaboração de material e continuidade da estimulação em casa.

Resultados

Dentro das habilidades trabalhadas, foram notórios ganhos como: melhora no contato visual, permanência, interação e aceitação social, flexibilidade cognitiva, aceitação sensorial e atenção compartilhada. Esses ganhos refletem numa maior flexibilidade cognitiva e participação social, impactando na autonomia e desenvolvimento das crianças. O brincar também tem o seu protagonismo, com referências de brincadeiras que não se limitem a telas. As cores, cheiros, texturas, formas, sons, convivência em grupo e vínculo familiar fizeram parte e são essenciais para a estimulação nessa abordagem. As rodas de conversa possibilitaram trocas de experiências e suporte emocional com o fortalecimento do sentimento de pertencimento. Nesses encontros os responsáveis puderam falar de suas dificuldades nos contextos familiares, educacional e social, aceitação diagnóstica, possibilidade de intervenção e ganhos com as terapias. A cartilha que receberam, contendo as estratégias utilizadas, possibilita as famílias que utilizem como referência para elaboração de material e continuidade da estimulação.

Conclusoes

Por meio da Oficina de Estimulação permitiu-se fortalecer os vínculos familiares e sociais das crianças com atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor. Como também instrumentalizar as famílias através do lúdico para continuidade de estimulação, ademais permitindo maior alcance dos ganhos clínicos e generalização para outros contextos. Além disso, provou-se que em municípios pequenos e distantes dos grandes centros é possível desenvolver ações e cuidados específicos, melhorando a qualidade de vida e o “bem viver” da criança, garantindo sua participação social.